IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Gestor do melhor fundo de EM ainda está otimista com Brasil

Paula Sambo

21/09/2016 11h17

(Bloomberg) -- Nathan Shor, que gerencia o melhor fundo de mercados emergentes, está apostando que o rali dos titulos de dívida do Brasil está longe de acabar.

Seu Galloway Emerging Markets High Yield Bond Fund deu retorno de 19 por cento neste ano, o melhor desempenho entre 148 fundos com perfil semelhante compilados pela Bloomberg. O Brasil responde por 29% dos ativos do fundo, três vezes mais que há um ano e mais que a proporção de 4,4% no benchmark Bloomberg Barclays Emerging Markets Hard Currency Aggregate Index.

Shor diz que estatais como o Banco do Brasil e a Petrobras vão continuar dando ganhos robustos, na contramão do BlackRock, que disse que poderia ser o momento de reduzir alocação nos ativos brasileiros devido ao temor de que o presidente Michel Temer tenha dificuldade para reanimar a economia.

No dia 5 de setembro, Sergio Trigo Paz, diretor de dívida do mercado emergente da BlackRock, disse que poderia reduzir sua posição overweight porque o rali estava "exagerado".

"Nós ainda vemos valor no Brasil", diz Shor, que ajuda a gerir US$ 300 milhões em ativos de emergentes. "As estatais brasileiras ainda estão pagando um spread elevado sobre o restante dos mercados emergentes".

O peruano de 45 anos fundou a Galloway em 2003 em São Paulo. Seis anos depois, ele criou o fundo de renda fixa com o sócio Ulisses de Oliveira. O fundo deu um retorno de 64% desde que foi iniciado em 2009, de acordo com a Galloway.

Ainda que siga otimista em relação ao Brasil, Shor disse que os investidores precisam ser mais criteriosos. O fundo da Galloway se beneficiou muito com a disparada dos US$ 3 bilhões em títulos da Petrobras com vencimento em 2026, que subiram 15% desde que foram emitidos em maio.

"Fizemos dinheiro na esteira da desalavancagem da Petrobras e esperamos continuar nisso, sendo mais seletivos daqui para a frente", disse ele. "Na medida em que o Brasil ainda tem um longo caminho, os investidores têm de ser mais cautelosos em monitorar o apoio político às tão necessárias reformas".