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PDVSA prepara um dos 'maiores projetos de perfuração do mundo'

Nathan Crooks

22/09/2016 11h07

(Bloomberg) -- A Petróleos de Venezuela se prepara para iniciar o que chamou de "um dos maiores projetos de perfuração do mundo" no cinturão de óleo pesado do Orinoco, com um investimento que totaliza US$ 3,2 bilhões, apesar de o presidente da empresa, Eulogio Del Pino, afirmar que o mercado global de petróleo apresenta um excesso de oferta.

"O projeto envolve a contratação de serviços integrados para a construção de plataformas, perfuração, conclusão e conexão de poços para as joint ventures Petrocarabobo, Petrovictoria e Petroindependencia localizadas no cinturão", informou a empresa na quarta-feira, acrescentando que 18 sondas estariam disponíveis.

A PDVSA, como a empresa com sede em Caracas é conhecida, irá perfurar 480 poços para adicionar 250.000 barris por dia de produção de petróleo nova nos próximos 30 meses, segundo comunicado enviado por email. A Schlumberger, a Horizontal Well Drillers e a venezuelana Y&V Group foram selecionadas após uma licitação internacional. A Halliburton e a Baker Hughes darão apoio a atividades de projetos específicos.

Na segunda-feira, Del Pino fez referência ao acordo e disse que as empresas que anteriormente haviam ameaçado reduzir sua atividade no país agora estão apresentando planos para ampliar a produção e que seriam pagas uma vez que a nova produção começasse a fluir. No mesmo dia ele afirmou que os preços do petróleo deveriam estar em cerca de US$ 70 por barril e que a produção global precisaria cair cerca de 10 por cento para chegar a esse valor.

"Estamos trabalhando muito duramente para construir um consenso", disse Del Pino na terça-feira em referência às negociações informais com membros da Opep programadas para a semana que vem na Argélia. "Estamos na semana decisiva".

A produção de petróleo caiu na Venezuela porque as empresas de serviços recuaram em meio a mais de US$ 1 bilhão em contas não pagas, ampliando os problemas fiscais do país durante os dois anos de queda dos preços do petróleo. A Schlumberger e a Halliburton, provedoras de serviços número 1 e número 2 do mundo, anunciaram no início do ano planos de reduzir suas atividades para lidar melhor com a falta de pagamentos de clientes da Venezuela. A Baker Hughes afirmou que sua presença no país é limitada.

Em maio, a PDVSA começou a emitir US$ 1,15 bilhão em notas de três anos para algumas fornecedoras, incluindo a Halliburton, informou a empresa em um prospecto de títulos, na semana passada.

Na quarta-feira, a Schlumberger confirmou sua participação no projeto, envolvendo a construção de 80 poços horizontais na joint venture Petrovictoria entre a PDVSA e a russa Rosneft. A empresa Horizontal Well Drillers disse que recebeu um contrato para perfurar 191 poços no cinturão do Orinoco.

"Esse projeto de serviços de perfuração integrados é um dos mais significativos do ano", disse João Félix, porta-voz da empresa, em resposta a perguntas, por email. "Embora os detalhes dos termos comerciais, incluindo o mecanismo de garantia de pagamentos, ainda estejam sendo negociados, estamos satisfeitos por ver o surgimento de novos modelos de negócio".