Todo investidor deve prestar atenção ao referendo na Itália
(Bloomberg) -- Todos os olhos estão voltados para os EUA , onde a eleição presidencial acontece em seis semanas e o banco central talvez suba os juros em dezembro. Mas é preciso dar atenção à ascensão de movimentos populistas e instabilidade política na Europa, alerta a economista-chefe da Manulife Asset Management, Megan Greene.
Os próximos 12 meses serão cruciais para o continente, que se prepara para diversas votações nacionais.
A Hungria realizará na semana que vem um referendo sobre uma cota para refugiados na União Europeia e deve haver reprise da eleição presidencial na Áustria no começo de dezembro. No ano que vem, a França elege um novo presidente e depois acontecem eleições gerais na Holanda e na Alemanha.
Porém, é o referendo constitucional na Itália que pesa mais agora, de acordo com Greene.
"Acho que, neste momento, o referendo na Itália está em primeiro plano nas considerações dos investidores e, se não estiver, realmente deveria", disse Greene em entrevista à Bloomberg TV na segunda-feira. "Este pode ser um evento capaz de causar muita volatilidade e a Itália não só tem uma crise bancária, como também não cresce há muito tempo."
A votação envolve enormes riscos políticos na região, segundo Greene, porque existe chance significativa de o primeiro-ministro Matteo Renzi não sobreviver ao referendo.
"infelizmente, [Renzi] disse que pedirá demissão se perder, então ele está cometendo o erro do [ex-primeiro-ministro britânico David] Cameron de atrelar seu próprio destino a uma votação", ela disse. "Realmente não há clareza sobre o que pode acontecer."
Renzi pode receber ordens para formar e liderar um novo governo, mas se houver uma nova eleição, o Movimento 5 Estrelas, que se coloca contra o establishment, pode vencer e gerar muita volatilidade e instabilidade política, de acordo com Greene.
"Estamos observando a ascensão de movimentos populistas no mundo ocidental em resposta ao aumento das desigualdades e à recuperação lenta", ela disse. "Isso veio para ficar e, mesmo após as eleições, vamos continuar tendo política fragmentada."
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