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Petroleira da Colômbia mantém planos à espera do acordo de paz

Andrew Willis e Jose Enrique Arrioja

06/10/2016 09h55

(Bloomberg) -- A maior empresa da Colômbia diz prever um eventual acordo de paz com os guerrilheiros das Farc sem retorno da violência e planeja manter seus planos de investimentos após o fracasso do referendo de domingo.

"Ambos os lados da votação concordam que o cessar-fogo é positivo", disse Juan Carlos Echeverry, CEO da Ecopetrol, em entrevista na sede global da Bloomberg, em Nova York, na terça-feira. "Como empresa petroleira nacional, esperamos que essas negociações sejam retomadas. Não esperamos nenhum cenário sombrio para o fim do ano."

Os colombianos rejeitaram o acordo que teria encerrado mais de 50 anos de conflito entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) com 50,2 por cento dos votos, contra 49,8 por cento. Após cair 3,2 por cento em dois dias desde o resultado do referendo, a moeda do país teve a maior valorização desde 6 de setembro depois que o ministro da Fazenda da Colômbia, Mauricio Cárdenas, disse em entrevista à Bloomberg TV, de Washington, que o governo conta com maioria para aprovar leis importantes.

O presidente Juan Manuel Santos se reuniu na quarta-feira com o ex-presidente Álvaro Uribe, que liderou a oposição ao acordo com as Farc alegando que as condições eram muito brandas. O governo afirmou que o cessar-fogo com a guerrilha continua até 31 de outubro.

Os planos financeiros e de produção da Ecopetrol até 2020 não foram alterados pelo resultado da votação, disse Echeverry. A companhia continua planejando US$ 3 bilhões a US$ 3,3 bilhões por ano em gastos de capital, 90 por cento desse total destinado a exploração e produção.

Os atentados a campos de petróleo e dutos caíram vertiginosamente neste ano com o avanço das negociações com o governo. Qualquer acordo final para encerrar o conflito seria um "bom para nós" e possivelmente permitiria a ampliação da produção da empresa em uma região rica em petróleo ao longo das montanhas da parte leste da Colômbia, onde a guerrilha opera atualmente, disse ele.

Reforma tributária

O CEO estava em Nova York para conversar com investidores sobre o futuro da Ecopetrol. A empresa não planeja aumentar sua dívida líquida até 2020 porque deseja manter sua classificação de crédito de grau de investimento. Echeverry, que foi ministro da Fazenda de Santos, diz esperar que o Congresso colombiano aprove a lei de reforma tributária no fim do ano, o que seria fundamental para evitar o rebaixamento da classificação do país.

"O Congresso colombiano reagirá de forma responsável e criativa para manter o grau de investimento", disse ele. "Há um compromisso firme."

Título em inglês: Colombia's Oil Company Stays Course With Peace Deal Likely

Para entrar em contato com os repórteres: Andrew Willis em Bogotá, awillis21@bloomberg.net, Jose Enrique Arrioja em N York, jarrioja@bloomberg.net, Para entrar em contato com os editores responsáveis: Telma Marotto tmarotto1@bloomberg.net, Patricia Xavier

©2016 Bloomberg L.P.