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Goldman vê choque potencial para ações americanas e europeias

Aleksandra Gjorgievska

10/10/2016 13h16

(Bloomberg) -- As ações americanas e europeias deverão ter um caminho difícil até o fim do ano.

Essa é a mensagem do Goldman Sachs, que afirma que os riscos políticos, amplificados pela economia fraca na Europa e pelos altos preços das ações nos EUA, tornam esses mercados vulneráveis a declínios nos próximos três meses. A empresa projeta que o S&P 500 Index e o Stoxx Europe 600 Index cairão cerca de 2 por cento cada até dezembro.

"Temos mais potencial para choques no momento", disse Christian Mueller-Glissmann, diretor-gerente de estratégia de portfólio e alocação de ativos do Goldman Sachs, por telefone, de Londres, em 6 de outubro. "Temos uma ligeira inclinação para ser mais defensivos e uma inclinação pela Ásia e pelos mercados emergentes em relação aos mercados mais desenvolvidos. Estamos um pouco mais pessimistas em relação à Europa e aos EUA para o fim do ano."

A previsão do Goldman Sachs sobre a Europa é mais pessimista que a da maioria dos estrategistas, uma vez que a média de 10 projeções compiladas pela Bloomberg prevê recuperação de 1,3% do Stoxx 600 em relação ao fechamento de sexta-feira.

O indicador já perdeu mais de 6,5% neste ano e os investidores retiraram quase US$ 93 bilhões dos fundos que monitoram as ações europeias durante um período recorde de 35 semanas de retiradas, segundo relatório do Bank of America da semana passada, que cita dados da EPFR Global. Pesa sobre as ações a ansiedade dos investidores sobre a eficácia dos estímulos do Banco Central Europeu como respaldo para o crescimento e para a saúde dos bancos da região.

Nos EUA, são as avaliações altas que preocupam Mueller-Glissmann, que afirma que os níveis altos podem desencadear quedas significativas em caso de choque, em particular na ausência de crescimento sustentável dos lucros para apoiar os preços.

O S&P 500 é negociado a mais de 18 vezes os lucros estimados, contra uma média de 15,6 nos últimos cinco anos. A eleição presidencial de novembro e o possível aumento da taxa de juros pelo Federal Reserve poderiam desencadear declínios, disse ele.

David Kostin, estrategista de ações do Goldman Sachs, um dos analistas mais precisos do ano passado, prevê que o S&P 500 Index terminará dezembro em 2.100, abaixo do nível de fechamento de sexta-feira, de 2.153,74.

Para o restante de 2016 o banco prefere o MSCI Asia ex-Japan Index e mercados emergentes como a China. No mês passado, o Goldman rebaixou as ações americanas e europeias em um horizonte de três meses para o equivalente a venda.

"As ações são um ativo difícil se não há uma tendência clara e positiva de crescimento", disse Mueller-Glissmann. "É difícil lidar com esses declínios das ações porque há muito poucos lugares para se esconder."