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Análise: Futebol chinês ganha impulso com planos da Fifa para Copa

Christopher Langner

17/10/2016 15h16

(Bloomberg) -- Gianni Infantino, o novo presidente da Fifa, tem planos ambiciosos. Mas eles são fáceis de executar e poderão contribuir ainda mais para os objetivos de alguns dos maiores patrocinadores da entidade que administra o futebol.

Para começar, Infantino promete investir US$ 4 bilhões para aumentar o número de participantes do futebol para 60 por cento da população mundial, contra 45% atualmente. E adivinha: ele não precisará gastar nada para isso. Se houver mais chineses com bolas de futebol nos pés, ele poderá atingir a meta em uma só jogada.

Coincidentemente, isso se encaixaria bem com a estratégia de Wang Jianlin, o segundo homem mais rico da China, cuja Dalian Wanda Group se tornou em março a maior patrocinadora da Fifa desde o escândalo de corrupção criminosa que arrasou a organização e levou à queda do presidente de longo tempo Joseph Blatter. Jack Ma, o homem mais rico do país, seguiu o exemplo e também cortejou a federação.

Ao anunciar uma injeção de dinheiro na autoridade do futebol, Wang afirmou que o fato de contar com vários patrocinadores "ajudará a China a apresentar sua candidatura para organizar a Copa do Mundo".

Isso ainda não ocorreu, mas outro dos objetivos expostos por Infantino na sexta-feira poderão pelo menos ajudar o país mais populoso do mundo a retornar à Copa do Mundo, da qual participou apenas uma vez, sem vencer nenhum jogo. O novo presidente planeja ampliar o número de seleções na competição das atuais 32 para 48.

Em 78º lugar no ranking da Fifa, a seleção da China ainda tem trabalho a fazer para chegar à Copa do Mundo, mesmo com o número maior de participantes. Mas, do ponto de vista estatístico, o aumento de 50% no número de lugares disponíveis aumenta as chances de sucesso do país.

É exatamente disso que Xi Jinping precisava. Fã de futebol confesso, ele declarou que o futebol é prioridade nacional e nutre a ambição de ver o país organizar e vencer a Copa do Mundo. Naturalmente, faz sentido que pessoas no setor privado o ajudem a chegar lá.

As derrotas recentes da seleção chinesa para a Síria (sério) e Usbequistão indicam que o time não tem mais como cair. A Fifa ainda enfrenta as consequências do escândalo de corrupção e precisa de apoiadores com bolsos cheios como os da China. Este é o começo de uma longa amizade.

Essa coluna não reflete necessariamente a opinião da Bloomberg LP e de seus proprietários.