Para três 'dealers' primários do Fed, juros não subirão até 2017
(Bloomberg) -- Três dos dealers primários do Federal Reserve estão alertando os traders de títulos de que o crescente consenso de que o banco central dos EUA elevará os juros até o fim do ano é equivocado.
Embora nenhum dos 23 bancos que negociam com o Fed espere um aumento após a reunião de quarta-feira, o HSBC Holdings, o Royal Bank of Canada e o Royal Bank of Scotland se mantêm firmes que a autoridade monetária optará por adiar o aumento dos juros também na reunião que acontecerá em 14 de dezembro.
Parece que a história está do lado desse trio. As autoridades começaram o ano projetando que aumentariam os juros quatro vezes, mas acabaram reduzindo as projeções reiteradamente por causa dos resultados econômicos decepcionantes.
No entanto, uma alta do crescimento no segundo semestre e o discurso hawkish dos responsáveis pela política levaram os traders a calcular uma chance de mais de 70% de que o Fed fará um aumento até dezembro.
Embora tenham reservado o direito de alterar suas projeções durante as próximas seis semanas com base em novos dados, os economistas desses três bancos disseram que o Fed precisa ver sinais mais claros de que a economia está em alta e de que a inflação está acelerando antes de realizar um aumento.
"O Fomc [Comitê Federal de Mercado Aberto] tem motivos para agir com cautela neste momento", disse Kevin Logan, economista-chefe para os EUA do HSBC em Nova York. "O crescimento lento da economia dos EUA, a inflação baixa, as repercussões internas do fato de o Reino Unido ter optado pelo Brexit -- existem vários sinais de que as coisas estão desacelerando mundialmente e será arriscado demais ajustar a política monetária."
Os traders de títulos estão mais confiantes. Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA com vencimento em dois anos, mais sensível às expectativas em relação à política do Fed, subiram cerca de 0,3 ponto percentual, para 0,85%, durante os últimos quatro meses.
A probabilidade de 71% que os traders atribuem ao aumento dos juros é maior que a chance de 59% calculada no dia seguinte à última reunião do Fed, em setembro, quando as autoridades decidiram deixar a taxa em uma faixa de 0,25% a 0,5%. Essas probabilidades se baseiam na suposição de que a taxa estará no meio da nova faixa alvo após o próximo aumento realizado pelo banco central.
Este também é o caso de outros dealers primários, como o Credit Suisse e o Morgan Stanley, que nos últimos dias anteciparam suas projeções para dezembro.
"Dados bons nos EUA e no mundo e um discurso suficientemente hawkish de integrantes do comitê nos convenceram a mudar de opinião", escreveu James Sweeney, economista-chefe do Credit Suisse, em uma nota endereçada aos clientes. Anteriormente, Sweeney esperava que o Fed adiaria o aumento dos juros até maio.
A economia dos EUA se expandiu a um ritmo anual de 2,9% no terceiro trimestre, porque um acúmulo de estoques e um salto das exportações ajudaram a amortecer uma redução dos gastos familiares.
O presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, disse na semana passada que projeta que os responsáveis pela política aumentarão os juros três vezes até o fim de 2017. Por sua vez, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, disse que um aumento em dezembro é "provável".
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