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China quer 300 mi de esquiadores antes de Jogos de Inverno 2022

Bloomberg News

07/11/2016 10h16

(Bloomberg) -- Para ter noção da mudança na economia da China -- e da mão pesada do Estado --, é só dar uma olhada em suas pistas de esqui.

Autoridades do governo da decaída província de Jilin, no nordeste do país, estão visitando cidades do sul da região para promover viagens de esqui; a empresa China Vanke adquiriu e reformou um resort em Pequim (onde nevadas fortes são raras) e o ex-ginasta Li Ning está construindo outro retiro em Shanxi, no interior do país.

Eles fazem parte de uma corrida desenfreada para levar 300 milhões de pessoas para as pistas quando Pequim e a vizinha Zhangjiakou receberem as Olimpíadas de Inverno de 2022 (a um custo de US$ 3,1 bilhões), apesar da falta de qualquer tradição real em esportes de inverno, da pouca neve natural e da enorme poluição atmosférica. Enquanto o golfe é tabu (alvo da campanha do Partido Comunista contra o estilo de vida luxuoso de alguns), a classe média chinesa, cada vez mais rica, está sendo incentivada a esbanjar em aulas de esqui, retiros de águas termais e sessões de treinamento de hóquei no gelo para as crianças.

Em Pequim, um comunicado do governo delineou os planos para aumentar as receitas com os esportes de inverno e com setores relacionados para cerca de US$ 6 bilhões e para fazer com que 8 milhões de pessoas -- ou um terço da população da metrópole -- pratiquem esportes de inverno até 2022.

O número de resorts de esqui na China mais do que dobrou, de 270 em 2010 para 568 no ano passado, e continuará crescendo, segundo relatório da fornecedora de equipamentos Beijing Carving Ski Group.

Localizada na região montanhosa que faz fronteira com a Coreia do Norte, a província de Jilin busca "transformar neve em prata" construindo até três "resorts de esqui de classe mundial" para elevar o total a 60, juntamente com 500 escolas de esportes de inverno. A Dalian Wanda Group está entre as construtoras que trabalham na região.

O hóquei no gelo também está ganhando popularidade. Pequim expandiu sua liga jovem de clubes, que se tornou a maior da Ásia, ostentando 19 clubes, 130 equipes, cerca de 1.800 atletas e 698 partidas neste ano, segundo a prefeitura da cidade. Em Xangai, o centro financeiro, mais de 500 jovens atletas estão em treinamento.

Bem-vindos ao grande salto da China no esqui.