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Investidores se protegem de perdas no México se Trump vencer

Sebastian Boyd

08/11/2016 12h26

(Bloomberg) -- Investidores estão agindo nos mercados de derivativos cambiais e swaps de juros no México para se proteger do risco de um tombo do peso mexicano se Donald Trump vencer a eleição presidencial nos EUA.

A diferença entre as taxas de câmbio nos mercados à vista e a termo atingiu na quarta-feira passada o maior nível desde 2009. O movimento implica expectativa de que o peso se depreciará ou que os juros no mercado local subirão mais rápido do que os rendimentos da dívida dos EUA.

Paralelamente, os swaps de juros agora sugerem expectativa de elevação da taxa básica de juros no México em 0,8 ponto percentual nos próximos 12 meses. Há três semanas, a estimativa era de alta de apenas 0,37 ponto percentual.

Os investidores atuam pesadamente nesses mercados com o estreitamento da diferença nas intenções de voto para Trump e para a rival democrata Hillary Clinton na eleição de hoje. O medo é que uma vitória de Trump derrubaria o peso mexicano, alimentando a inflação e a pressão para alta de juros pelo banco central (Banxico).

O candidato republicano declarou que vai acabar com ou renegociar o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta). Os EUA são o maior mercado para as exportações mexicanas.

"Acreditamos que a maior parte disso é hedge antes da eleição", disse Phoenix Kalen, uma estrategista de câmbio do Société Générale, em Londres. "Não achamos que os mercados esperam agressividade do Banxico nas altas de juros se Clinton assumir o cargo."

Segundo a estrategista, o mercado provavelmente reagiria a uma vitória de Hillary embutindo nas cotações menos acréscimos na taxa básica de juros. Hillary tem três pontos percentuais de vantagem sobre Trump entre pessoas que provavelmente votarão, de acordo com pesquisa da Bloomberg publicada ontem.

O diretor do FBI, James Comey, anunciou que Hillary não enfrentará acusações criminais pelo uso de um servidor pessoal de e-mail quando atuava como secretária de Estado.

Em 28 de outubro, Comey informou ao Congresso que o FBI estava examinando novos e-mails potencialmente atrelados ao uso do servidor, chacoalhando a corrida presidencial.

"Durante aquele processo, revisamos todas as comunicações de e para Hillary Clinton quando ela era secretária de Estado", escreveu Comey. "Com base em nossa revisão, não mudamos nossas conclusões que expressamos em julho a respeito da secretária Clinton."