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Por Trump, argentina San Miguel discute venda de ações, dizem fontes

Pablo Gonzalez e Carolina Millan

10/11/2016 10h23

(Bloomberg) -- A empresa argentina San Miguel, maior exportadora de limão do país, se reunirá com assessores financeiros para discutir o momento de uma venda de ações após a vitória surpresa de Donald Trump, segundo três pessoas com conhecimento da decisão.

Os executivos se reunirão na tarde de quarta-feira para discutir quando a venda de até US$ 50 milhões em ações deverá ser realizada, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as conversas são privadas.

Durante o planejamento para a oferta, a companhia havia considerado improvável uma vitória de Trump e agora sua diretoria reconsidera o momento da venda, disseram duas das pessoas.

O conselho da San Miguel autorizou a venda em agosto, quando os EUA informaram que estavam analisando um pedido para permitir a importação de limões argentinos. A vitória de Trump, que em campanha prometeu proteger as companhias americanas da concorrência desleal, tornou incerta a perspectiva para a decisão.

O governo argentino espera que as negociações para aprovação de exportações continuem, mas prevê atrasos no processo, disse o ministro de Agroindústria, Ricardo Buryaile, na quarta-feira. Buryaile disse acreditar que a eleição de Trump não influenciará o resultado.

Os EUA deverão aprovar a importação de limões argentinos antes de Trump assumir a presidência do país, disse o adido agrícola da Argentina em Washington, José Molina, na quarta-feira. Um assessor de imprensa da Embaixada dos EUA não respondeu imediatamente a um telefonema e a um e-mail em busca de comentário.

"O conselho autorizou a venda de ações, mas ainda não foi determinada nenhuma data. Essa autorização ainda é válida", disse a assessoria de imprensa da San Miguel por e-mail em resposta a perguntas.

As ações da exportadora de limão chegaram a cair 10% antes de fecharem com declínio de 3,8%, a 114,50 pesos, na quarta-feira (9), em Buenos Aires. A oscilação se deve ao temor de que os EUA cancelem ou paralisem o acordo, segundo Pablo Escapa, analista da Allaria Ledesma.

"A San Miguel se beneficiaria com os preços mais elevados das exportações para os EUA", disse ele.

O Raymond James Financial é o principal gerente da venda e os bancos Santander Río e Puente Hnos serão cogerentes da segunda venda de ações (follow-on). Os departamentos de imprensa das três instituições financeiras preferiram não comentar.