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Grupo de credores da Oi se fragmenta com saída de Citadel

Jodi Xu Klein, Katia Porzecanski e Cristiane Lucchesi

16/11/2016 16h26

(Bloomberg) -- Um grupo de credores que negocia com a Oi se fragmentou, dificultando a reestruturação da dívida de US$ 19 bilhões do grupo brasileiro.

As saídas incluem o fundo de hedge Citadel, de Ken Griffin, que se juntou a um grupo que já conta com o Aurelius Capital Management, de Mark Brodsky, disseram pessoas, que pediram para não ser identificadas porque o assunto é privado. O Aurelius vinha tentando formar um grupo separado e manteve conversas com assessores de reestruturação, incluindo Brasil Plural SA Banco Múltiplo, disseram as pessoas.

O novo grupo é representado por Allan Brilliant, de Dechert, nos EUA, Marcelo Carpenter, de Sergio Bermudes, no Brasil, e Frederic Verhoeven, de Houthoff Buruma, na Holanda, segundo um comunicado do grupo em 11 de novembro.

Os detentores de eurobônus vêm tentando para obter uma posição melhor em uma reestruturação até mesmo antes de a Oi, com sede no Rio de Janeiro, ter entrado com o pedido de recuperação judicial em junho. Detentores de notas discordam sobre quais dívidas têm maior prioridade para o pagamento, e o Aurelius afirma que o grupo original de 70 membros organizado pela Moelis & Co. não pode representar todos os credores externos por causa dessas desavenças. O Citadel, que administra cerca de US$ 26 bilhões, foi um dos integrantes do comitê dirigente do grupo original.

Representantes da Oi, do Aurelius, que tem sede em Nova York, do Citadel, que tem sede em Chicago, e do Brasil Plural em São Paulo não quiseram comentar. Representantes da Dechert e da Moelis não responderam imediatamente aos pedidos de comentários sobre o assunto.

Status sênior

O novo grupo possui US$ 1,5 bilhão em títulos que "têm um grande peso" na dívida com garantia da Telemar Norte Leste da Oi, de acordo com um comunicado da Dechert em 11 de novembro. O grupo afirma que sua dívida -- emitida por outras unidades da Oi -- não tem status júnior em relação aos títulos garantidos pela Telemar, mas outros investidores argumentam o contrário.

A Moelis continua representando cerca de US$ 3,5 bilhões da dívida, e cerca de 60 por cento dos títulos com garantia da Telemar, disse uma pessoa.

Os detentores de títulos discordam dos acionistas também em relação a um plano de reestruturação apresentado em setembro. Ele incluiu uma redução de até 70 por cento do valor dos títulos da Oi, o direito da companhia de resgate antecipado de títulos conversíveis, vendas de ativos, e a possibilidade de uma fusão ou uma separação. Os credores externos criticaram o plano por favorecer excessivamente os acionistas.

A quarta maior empresa brasileira de serviços wireless foi construída através de uma série de fusões e atravessou diversas mudanças de diretoria. Ela opera como parte do sistema de telefonia fixa do País, que é oneroso devido a um compromisso jurídico de expandir e dar manutenção à rede obsoleta. A Oi pretende continuar atendendo aos clientes durante o processo de recuperação judicial, afirmou a companhia em um documento.