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Estreia do maior Airbus A350 sinaliza triunfo de jato bimotor

Andrea Rothman e Christopher Jasper

24/11/2016 14h30

(Bloomberg) -- A maior versão do jato de fuselagem larga A350 da Airbus fez seu primeiro voo na quinta-feira, ampliando a capacidade do modelo bimotor em um momento em que o Boeing 747, de quatro motores, e o superjumbo A380 da própria fabricante enfrentam dificuldades para encontrar compradores.

O A350-1000, que partiu da base da Airbus em Toulouse, França, às 10h42 pelo horário local, acomoda 366 pessoas em três classes. São apenas 44 a menos que a última versão do 747 e uma grande melhora no consumo de combustível graças aos dois motores e à construção em compósito da nova aeronave.

Os chamados aviões bimotores se transformaram no pilar das viagens intercontinentais, com o A350, cuja versão de base realizou seu primeiro voo comercial em 2015, após o Boeing 787, uma aeronave ligeiramente menor.

Ambos os modelos se basearam em incursões feitas pelo 777 da companhia americana, que começou a entrar nos mercados antes totalmente restritos aos modelos de quatro motores há duas décadas e transporta 364 pessoas em três classes com a operadora número 1, a Emirates, de Dubai.

Zafar Khan, analista do Société Générale em Londres, disse que o preço do petróleo precisaria cair para "muito abaixo" de US$ 50 por barril para que os aviões de quatro motores tenham uma chance de renascimento.

"Enquanto os preços dos combustíveis permanecerem em níveis elevados, os jatos bimotores claramente prevalecerão", disse ele.

Antes do advento das chamadas aeronaves "big twin", os aviões bimotores de fuselagem larga mais antigos, como o 767 e o A330, ficavam limitados a mercados de média distância, como o Atlântico Norte, em parte devido aos limites práticos à distância que eram capazes de voar na eventualidade de uma falha da turbina. O 777 eliminou esses obstáculos obtendo certificação para voos de até três horas a partir do aeroporto mais próximo.

O A350-900 padrão tem aprovação da Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA, na sigla em inglês) para até cinco horas ou 2.000 milhas náuticas (3.700 quilômetros) de voo com um único motor, tornando possíveis viagens do Sudeste Asiático e da Austrália para os EUA.

Em uma configuração mais densa, o novo -1000 será capaz de transportar 440 pessoas, menos de 100 a menos que a quantidade padrão de 525 passageiros do A380, embora esse avião double-decker seja capaz de acomodar até 800 assentos com uma única classe.

O apetite da indústria da aviação por aviões bimotores maiores foi revelado quando a Airbus cancelou a variação encolhida do A350-800, considerada pequena demais, com seus 280 assentos, e no lugar optou por atualizar o A330 para rotas menores.