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Firma fundada por 1ª mulher da NYSE é processada por sexismo

Chris Dolmetsch

24/11/2016 13h06

(Bloomberg) -- Uma firma de títulos municipais que tem como cofundadora a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Bolsa de Valores de Nova York foi acusada de ser administrada como um "tumultuado vestiário de adolescentes" por um vendedor. Em ação judicial, ele alega ter sido insultado e ameaçado após reclamar do comportamento.

Tom Corcoran, que entrou na Siebert Cisneros Shank & Co. com cargo no setor de vendas institucionais em 2005, disse que o ambiente de trabalho se tornou "emocional e fisicamente tóxico" depois que ele reclamou publicamente dos maus tratos de uma colega.

"O gracejo discriminatório e a conduta sexualizada que ocorreram na mesa pareciam uma fraternidade universitária", disse Corcoran na queixa apresentada na terça-feira ao tribunal estadual de Nova York, que detalha uma série de insultos, provocações e ameaças supostamente lançadas a ele depois de confrontar a direção.

Um porta-voz da Siebert Cisneros Shank afirmou que a empresa não comenta litígios pendentes.

Muriel Siebert se tornou membro da Bolsa, antes dominada por homens, pagando US$ 445 mil por um assento em 1967 após trabalhar como analista financeira. Ela ajudou a fundar a firma em 1996 e faleceu em 2013. Uma subsidiária da Siebert Financial, corretora de desconto (discount brokerage) que ela criou, vendeu sua participação na empresa no ano passado.

Ex-secretário

O ex-prefeito de San Antonio Henry Cisneros, que atuou como secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano dos EUA de 1993 a 1997, e o ex-auditor público da cidade de Nova York William Thompson se somaram ao grupo controlador da empresa há um ano, juntamente com Sean Duffy, diretor administrativo de vendas institucionais da companhia, e Victor Miramontes, ex-CEO do Banco de Desenvolvimento Norte-Americano. Duffy também foi nomeado réu na ação.

Suzanne Shank, a outra cofundadora, se tornou acionista majoritária, além de presidente do conselho de administração e CEO.

A ação judicial de Corcoran é a mais recente acusação de discriminação no ambiente de trabalho em uma empresa de Wall Street e chama a atenção pelo fato de o querelante ser um homem.

Em setembro, o Bank of America fechou acordo para encerrar uma ação judicial com uma ex-diretora administrativa que havia acusado a instituição de ser um "clube do bolinha" que favorecia funcionários do sexo masculino. Neste mês, a CVC Capital Partners fechou acordo para encerrar a ação judicial por discriminação sexual movida por uma ex-executiva que disse que era a única diretora administrativa mulher do setor comercial da empresa de private equity antes de ser afastada por reclamar de sexismo.