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BMW expande fundo de investimento voltado para startups

Elisabeth Behrmann

29/11/2016 08h44

(Bloomberg) -- A BMW pretende aumentar os investimentos em startups, para enfrentar a concorrência com novatas como a Tesla Motors em torno de tecnologias que tornam os automóveis mais inteligentes e mais eficientes no consumo de energia.

A fabricante de veículos de luxo investirá até 500 milhões de euros (US$ 533 milhões) por meio do fundo iVentures ao longo dos próximos 10 anos, de acordo com comunicado divulgado na segunda-feira. O fundo iniciado em 2011 com 100 milhões de euros acrescentará a direção autônoma às áreas de foco e ampliará seu alcance dos EUA para Europa e Ásia.

"A mobilidade do futuro e do nosso setor está sendo definida pelo ritmo cada vez mais rápido de mudança tecnológica", afirmou no comunicado o diretor de desenvolvimento, Klaus Froehlich. "Quem almeja o sucesso precisa dar forma a essa mudança e ter acesso às melhores ideias."

As montadoras tradicionais recorrem a startups para desenvolver as tecnologias para um futuro dominado por carros sem motorista, serviços de compartilhamento de caronas e veículos elétricos. A iVentures já comprou uma participação na RideCell, sediada em São Francisco, que cria software de compartilhamento de automóveis e reserva de caronas, e também investiu em aplicativos de trânsito e carregamento de baterias.

A BMW tem sido lenta quando se trata de veículos elétricos, mas avançou com sua própria marca de carros compartilhados, que opera em cidades europeias sob a bandeira DriveNow e nos EUA como ReachNow.

Além de apostar em startups, a BMW tem participação no empreendimento de mapeamento em tempo real HERE, que também tem entre seus acionistas Daimler e Audi, que é um braço da Volkswagen. Os últimos modelos BMW vêm com elementos de direção autônoma, respondendo a gestos de mão e ajudando os motoristas a permanecer na faixa.

Identidade esticada

A BMW enfrenta um desafio particularmente difícil além dos motores porque construiu sua identidade sobre desempenho na direção e porque seu orçamento não é tão grande quanto o de montadoras maiores com uma variedade maior de produtos.

A Volkswagen, que tem receita duas vezes maior que a da BMW, investiu US$ 300 milhões neste ano no aplicativo de táxis Gett. A General Motors colocou US$ 500 milhões na Lyft para concorrer com a Uber Technologies e a Apple está despejando US$ 1 bilhão no maior serviço de caronas da China, chamado Didi.

O fundo de venture capital da BMW, que está transferindo a sede de Nova York para o Vale do Silício, será operado como unidade separada, comandada por Ulrich Quay e Uwe Higgen. Além de dinheiro, a empresa vai oferecer conhecimento técnico às startups apoiadas.

O fundo planeja abrir escritórios em Israel e Munique e estuda montar um na Ásia, além de expandir o quadro de seis pessoas atualmente para 15. O escritório em Israel buscará investimentos em empresas de segurança digital e tecnologia de sensores, disse Higgen. O fundo aplicará mesmo quantias pequenas de US$ 500.000 em cada companhia.

"Hoje em dia, mais e mais inovação vem do universo das startups", disse Peter Schwarzenbauer, executivo da BMW responsável pela operação de compartilhamento de automóveis. "O venture capital nos permite aproveitar esse potencial em um estágio inicial."