Alta do preço do petróleo após acordo da Opep não durará muito
(Bloomberg) -- Após o maior aumento em nove meses, o preço do petróleo deverá subir ainda mais agora que a Opep, contra todas as expectativas, chegou a um acordo para reduzir a produção. Mas não espere que o rali dure muito tempo.
O Morgan Stanley prevê que um aumento das perfurações de xisto nos EUA e de investimentos da Ásia no Mar do Norte limitarão a alta dos preços do petróleo, preparando o mercado para uma decepção no fim de 2017. O Goldman Sachs Group projeta que os preços recuarão para US$ 50 por barril no segundo semestre do ano que vem após um possível rali para mais de US$ 60. A japonesa Mitsui & Co., dona de ativos de xisto nos EUA, acredita que o petróleo cairá para a casa dos US$ 40, onde se manteve na maior parte dos últimos seis meses.
"O petróleo poderia subir para US$ 60, mas então os perfuradores de xisto começariam a aparecer e provavelmente o preço voltará a cair", disse Keigo Matsubara, diretor financeiro do trading japonês, em entrevista nesta quinta-feira. "O petróleo não pode continuar acima de US$ 50."
A Organização de Países Exportadores de Petróleo provocou uma disparada dos preços do petróleo na quarta-feira após o acordo para reduzir a produção pela primeira vez em oito anos. O objetivo é esgotar o estoque mundial de petróleo, atualmente em um nível recorde. O acordo conseguiu superar as divergências entre os três maiores produtores do grupo - Arábia Saudita, Irã e Iraque - e terminou com a política de extração sem limites iniciada em 2014, cujo objetivo era proteger a participação de mercado e expulsar perfuradores de alto custo.
O West Texas Intermediate disparou 9,3 por cento após o anúncio do acordo, o maior ganho em nove meses, e fechou a US$ 49,44 por barril na quarta-feira. Os preços subiam 0,3 por cento às 8h18 desta quinta-feira, horário de Londres.
As advertências sobre um rali de curto prazo coincidem com os comentários do diretor executivo da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol, antes da concretização do acordo. Ele disse que qualquer disparada dos preços do petróleo provocada por um acordo bem-sucedido poderia acabar quando a oferta global se recuperasse. O boom de produção poderia pressionar os preços para baixo novamente dentro de nove meses a um ano, disse ele em 24 de novembro.
"Nós não acreditamos que os preços do petróleo possam se manter de forma sustentável acima de US$ 55 por barril, sendo que a produção global reagirá principalmente nos EUA, mas também por meio de um maior gasto em instalações de produção já existentes em outros países ", escreveram analistas do Goldman Sachs, entre eles Jeff Currie, em um relatório na quarta-feira.
O acordo da Opep visava mais reduzir o excesso de estoques globais do que aumentar os preços, escreveram os analistas do Goldman Sachs. Ao consumir o excesso global, a curva de preços de futuros se achata, reduzindo os ganhos de hedge dos produtores de alto custo e ajudando os produtores de baixo custo a ganharem participação no mercado.
A meta de elevar os preços do petróleo acima de US$ 55 seria "contraproducente", escreveram os analistas do Goldman.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.