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Receita do Goldman Sachs aumenta 50% na América Latina

Cristiane Lucchesi e Dakin Campbell

01/12/2016 15h45

(Bloomberg) -- A receita do Goldman Sachs Group na América Latina cresceu 50 por cento neste ano à medida que o banco ajudou a estruturar uma das maiores operações de financiamento de infraestrutura da região e vendeu mais estratégias de hedge a clientes.

"Estamos tendo um ano recorde", disse Marc Nachmann, responsável pelas atividades na América Latina da instituição sediada em Nova York. "Todos os negócios vão bem - banco, renda fixa, ações e gestão de ativos."

A receita disparou de 2015 para 2016 com a estruturação de financiamento para o programa de infraestrutura da Colômbia conhecido como 4G. Foram três operações somando US$ 1,2 bilhão para estradas. O Goldman Sachs também comprou uma participação na rede uruguaia de supermercados Tienda Inglesa e ajudou a financiar a empresa brasileira de tecnologia financeira Nubank, liberando duas linhas de crédito totalizando cerca de US$ 50 milhões.

Para aproveitar a maior demanda das empresas por hedge, o banco transferiu a divisão regional de derivativos, comandada por Alejandro Vollbrechthausen, da área de sales e trading para a unidade de banco de investimento. A estrutura, já vigente em outras regiões, "proporciona muita conectividade e melhor cobertura dos clientes", disse Nachmann, que não quis informar os valores da receita.

Nachmann, que também comanda o grupo de global financing do Goldman Sachs, assumiu a América Latina em maio, quando Stephen Scherr deixou o cargo para se tornar diretor de estratégia.

Nachmann trabalha a partir de Nova York e o banco não tem mais sócios morando na região. Gonzalo Garcia, que ajuda a liderar o grupo de recursos naturais, foi nomeado corresponsável pelas atividades de banco de investimento na América Latina em 17 de novembro, mas permanecerá em Londres.

Presença local

"Achamos que precisamos da combinação adequada de presença local e apoio de Nova York", disse Nachmann, acrescentando que mais da metade dos diretores-gerentes focados na América Latina trabalham na região. "Mais profissionais de cobertura de clientes ficam na região e mais especialistas em produtos ficam em Nova York porque estão acessando o sistema geral e queremos que eles tenham o que há de melhor em expertize sobre produtos."

Atividades de hedge também contribuíram para a maior receita neste ano. Os negócios ganharam fôlego após a conquista da Casa Branca por Donald Trump e o aumento da volatilidade nos mercados.

"Provavelmente haverá mais demanda de hedge se você vê o que está acontecendo no mercado agora e tem a expectativa de mais volatilidade daqui para frente; imagine isso do ponto de vista de um fabricante que pensa em fazer uma fusão ou talvez construir uma fábrica", disse Richard McNeil, que, juntamente com Garcia, é corresponsável por banco de investimento na América Latina. "O negócio de derivativos está crescendo, com maior volume e maior presença."

Private equity

O banco também enxerga oportunidades em financiamento para empresas médias e em investimento em participações em companhias sem acesso a bancos, disse Nachmann, informando que o Goldman realizou cinco transações do tipo em 2016.

O banco recapitalizou a operadora de guarda-móveis MetroFit, de São Paulo, e assegurou um financiamento de US$ 10 milhões para a transportadora de carga CargoX no Brasil. Também anunciou uma joint venture com a Innova Capital Partners para dar apoio ao desenvolvimento de ativos de telecomunicação na Colômbia.