Bilionário ajuda a mapear futuro da Índia sem dinheiro vivo
(Bloomberg) -- Diante do caos após eliminar as notas de rúpias de maior valor, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, conseguiu a ajuda de um bilionário do lado adversário.
Nandan Nilekani, membro de destaque do partido Congresso Nacional Indiano, de oposição, entrou no comitê que traçará o caminho para pagamentos digitais. A Índia está tentando acabar com sua dependência em relação ao dinheiro em espécie, especialmente em áreas rurais onde quase todas as transações são realizadas com dinheiro vivo. Esta não é a primeira vez que o ex-chefe da exportadora de softwares Infosys participa de um projeto nacional -- ele supervisionou o programa de identidade única do país, o Aadhaar, baseado em biometria.
Em uma medida pensada para eliminar a corrupção, Modi tornou ilegais as notas existentes de 500 rúpias (US$ 7,40) e de 1.000 rúpias em 8 de novembro, o que eliminou mais de quatro quintos do dinheiro do país e gerou problemas para milhões de pessoas, de vendedores de rua do sul a joalheiros da região oeste. O governo está buscando um plano B para resolver uma situação que, segundo estimativas do Credit Suisse e do Deutsche Bank, reduzirá a expansão do país em cerca de 1 ponto percentual no período de um ano até março.
Nilekani e o comitê formado por 13 pessoas estão se reunindo para descobrir como fazer para que mais indianos adotem pagamentos digitais por meio de instrumentos de todo tipo, usando seus próprios smartphones ou máquinas de cartões em pequenos vilarejos. Apesar de o país já ter lançado seu United Payments Interface, o fato de centenas de milhões de pessoas não possuírem telefone ou acesso à internet torna necessária uma abordagem em várias frentes para eliminar a dependência do país em relação ao dinheiro em espécie.
"A Índia possui a arquitetura financeira digital básica para que isso funcione", disse Nilekani em entrevista após a primeira reunião do comitê. "A velocidade com que o governo poderá alcançar a todos é uma questão de execução e agilidade."
Carteiras digitais
Enquanto as impressoras funcionam o dia todo produzindo novas notas de 500 e de 2.000 rúpias, o comitê chefiado por Chandrababu Naidu, ministro-chefe do estado de Andhra Pradesh, no sul do país, e formado também por ministros-chefes de outros estados importantes da Índia, além do chefe da Boston Consulting Group na Índia, se reuniu pela primeira vez na semana passada.
Em um momento em que startups como Paytm, MobiKwik e Freecharge oferecem suas carteiras digitais a uma fatia de usuários de smartphones, o comitê está focando em duas frentes principais: conseguir que mais comerciantes aceitem o sistema United Payments Interface e adquirir mais máquinas de cartões de crédito.
A interface, lançada por grandes bancos em abril, torna a transferência de dinheiro tão fácil quanto enviar uma mensagem de texto. Nilekani afirma que, com o sistema já em operação, aumentar a aceitação da interface de pagamentos é algo que se pode conseguir em semanas. Já a compra de um total estimado de um milhão de novas máquinas de cartões, que quase dobrariam o total em uso até agosto, levaria mais tempo devido à necessidade de realizar licitação.
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