Sangue americano impulsiona farmacêutica mais valiosa da Ásia
(Bloomberg) -- Duas vezes por semana, milhares de pessoas nos EUA arregaçam as mangas e doam quase um litro de seu plasma sanguíneo -- que acabará sendo transformado em dezenas de produtos farmacêuticos.
Em troca de cerca de US$ 50 por quase uma hora de seu tempo, elas ajudam a empresa australiana CSL, que administra 150 centros de coleta nos EUA que recolhem o líquido de cor amarelada extraído do sangue por máquinas conectadas à pessoa.
Alimentada pelo menos parcialmente por essas instalações de coleta, a CSL se transformou na maior empresa farmacêutica em valor de mercado na região Ásia-Pacífico e uma das maiores fabricantes do mundo de terapias baseadas no plasma.
Após dobrar seus centros de coleta nos EUA nos últimos seis anos, a companhia está buscando assegurar seu domínio no setor adicionando até 30 novos centros no país, disse o CEO Paul Perreault em entrevista, na sede da CSL em Melbourne, Austrália.
Trata-se de um aumento de 20% no país onde a CSL coleta o grosso de suas "matérias-primas". A CSL conta com mais de 1 milhão de doadores registrados nos EUA e também possui alguns centros na Alemanha e na Hungria.
A abertura de novos centros de coleta é fundamental para ampliar os lucros porque a oferta adicional permitiria que a CSL fabricasse mais produtos baseados em plasma usados em cirurgias e por pacientes com distúrbios autoimunes ou problemas com a coagulação do sangue.
Os EUA são particularmente importantes porque são um dos únicos países do mundo onde os doadores podem ser remunerados por seu tempo. (Os EUA também não possuem histórico de mal da vaca louca, transmitido pelo sangue, um dos motivos pelo qual a oferta de muitos outros países é limitada).
Enquanto a maioria das empresas farmacêuticas corre para reabastecer suas linhas de produção de medicamentos, a CSL tem um desafio diferente: precisa de uma fonte estável de doadores dispostos a continuar alimentando seu estoque.
Com US$ 6,1 bilhões em receita anual, 80% dela gerada com produtos de plasma sanguíneo, a australiana compete com empresas como a Shire, que tem sede em Dublin e entrou no negócio por meio da aquisição da Baxalta por US$ 32 bilhões em junho.
"As pessoas estão brigando pela oferta de sangue, que é um passo fundamental do processo", disse Chris Kallos, analista de ações de saúde da Morningstar Australasia. Se a CSL está "adotando medidas para garantir que a oferta seja mais estável e que a extração do plasma seja mais eficiente, isso reforça nossa confiança nas margens deles, porque eles já são os fabricantes de plasma de custo mais baixo neste espaço", disse Kallos.
Com uma capitalização de mercado de cerca de US$ 32,7 bilhões, a CSL era a maior empresa farmacêutica da região Ásia-Pacífico em valor em 15 de dezembro, segundo dados compilados pela Bloomberg.
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