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Falta de neve nos Alpes deixa viciados em esqui em abstinência

Chiara Albanese, Fabio Benedetti-Valentini e Catherine Bosley

10/01/2017 14h53

(Bloomberg) -- Pelo terceiro ano seguido, está aberta a caça pela neve dos Alpes.

O mês de dezembro extremamente seco prejudicou o início da temporada de esqui no coração montanhoso da Europa, que atrai milhões de pessoas à espera de picos brancos e belos vilarejos ideais para o Instagram. O mês de janeiro mais frio está melhorando as condições, mas o imprevisível clima invernal antecipado reduziu as vendas de ingressos nos resorts e confundiu o planejamento das férias.

"A discussão geral no escritório após o Natal tem sido sobre a falta de neve", disse Mark Dowding, gerente de portfólio da Bluebay Asset Management em Londres, que vem checando freneticamente os boletins sobre a neve antes de sua viagem à Áustria, planejada para fevereiro. "Agora sabe-se que o Natal simplesmente não é um bom momento para esquiar."

Depois que as tempestades precoces de novembro geraram falsas esperanças nos Alpes, o mês de dezembro produziu a menor quantidade de neve na Suíça desde o início dos registros, há mais de 100 anos. A região de esqui de Jungfrau, em torno das vilas-resorts de Wengen e Grindelwald, sofreu uma queda de 25 por cento nas visitas desde o início da temporada até 2 de janeiro, segundo a coproprietária Jungfraubahnen Holding.

Neve na Sicília

Na semana passada, uma tempestade levou nevascas para boa parte da Europa, inclusive para a cidade litorânea de Taormina, na Sicília, mais conhecida pela vista ensolarada para o Mediterrâneo. Algumas partes dos Alpes, em especial na Áustria e na parte leste da Suíça, também foram cobertas, mas mais para o oeste resorts como Chamonix e Vale de Isère, na França, tiveram pouca neve.

A Cie. des Alpes, que opera os teleféricos do Vale de Isère e possui uma participação no sistema Chamonix, afirma que a perspectiva para a estação continua sólida devido ao forte número de reservas para o final do inverno.

"Na maior parte de nossos resorts, conseguimos oferecer esqui em altas altitudes e, desde que o clima esteja bom, as demandas de nossos clientes são satisfeitas", disse Agnès Pannier-Runacher, vice-CEO da Cie. des Alpes, que atende a mais de 3 milhões de esquiadores por ano. "A tendência pode se reverter em um curto espaço de tempo."

Resorts mais frios e elevados podem produzir neve artificial para melhorar a cobertura de suas pistas. As projeções também mostram que há mais tempestades a caminho para os próximos dias. Contudo, a camada de neve continua muito inferior às médias sazonais.

"Neste ano meus esquis ainda não saíram da caixa", disse Mauro Loss, diretor da escola de esqui alpina Scuola Graffer, em Trento, no norte da Itália. "A 2.500 metros seus pés ficam cobertos pela neve fina. É hora de reinventar as atividades invernais de montanha."