HSBC: fonte de 20% da receita pode passar de Londres a Paris
(Bloomberg) -- O CEO do HSBC Holdings, Stuart Gulliver, disse que operações comerciais que geram cerca de 20 por cento da receita do banco de investimento do credor em Londres podem ser transferidas para Paris, quantificando alguns dos efeitos do Brexit para o Reino Unido.
"Atividades cobertas especificamente pela legislação da UE serão deslocadas e, analisando os nossos próprios números, isso é cerca de 20 por cento da receita", disse Gulliver em entrevista para a Bloomberg Television no Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça, com John Micklethwait. O banco confirmou que ele estava se referindo a operações bancárias e de mercados globais do credor na capital britânica.
Gulliver, que administra um dos bancos mais globalizados do mundo, elogiou a maneira como a primeira ministra Theresa May está lidando com o Brexit até agora e também disse que não espera uma guerra comercial entre os EUA e a China durante o governo do novo presidente americano, Donald Trump. Um resultado semelhante poderia prejudicar o HSBC, pois a maior parte dos seus ganhos está na Ásia. No início da terça-feira, em Davos, o presidente chinês Xi Jinping instou as elites empresariais e políticas a rejeitarem o protecionismo em sua primeira refutação pública da retórica de Trump sobre o comércio.
Uma guerra comercial "seria claramente negativa para nós", disse Gulliver. "Somos o maior banco de financiamento comercial do mundo."
'Devagar'
As observações de Gulliver se referiam a centros de comércio mundial que vão da fronteira entre os EUA e o México até o Delta do Rio das Pérolas na China. Na reunião em Davos, autoridades econômicas e CEOs falaram sobre a crescente rejeição populista contra a globalização e as elites que levou à eleição de Trump em novembro e ao triunfo do Brexit em junho.
Gulliver disse que o HSBC "avancará lentamente" agora que May confirmou na terça-feira que o Reino Unido deixará o mercado comum da União Europeia. Ele repetiu sua estimativa anterior ao Brexit de que 1.000 empregos nos escritórios do banco em Londres abrangem produtos cobertos pela legislação da UE e provavelmente terão de ser transferidos para a França quando o Reino Unido deixar o mercado comum.
Gulliver disse que o HSBC vai monitorar especialmente o que acontecerá com as autorizações de emprego, pois as operações do banco no Reino Unido empregam cerca de 2.100 cidadãos da UE no país e outras 1.300 pessoas de fora do bloco.
O CEO disse que sua "hipótese operacional" era que os EUA e a China "ajustem" as normas sobre país de origem e dumping de bens abaixo do valor de mercado justo, fato que seria gerenciável para o HSBC. Ele disse que barreiras comerciais mais duras poderiam balcanizar o comércio global, o que aumentaria a força relativa da China na região Ásia-Pacífico.
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