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CEO da Sony vai a Hollywood tentar recuperar estúdio de cinema

Anousha Sakoui e Yuji Nakamura

31/01/2017 15h51

(Bloomberg) -- Nesta semana, o CEO da Sony, Kazuo Hirai, aparecerá no estúdio de filmes e televisão da empresa, em Culver City, na Califórnia, EUA, com a esperança de recuperá-lo colocando a mão na massa.

Ele se juntará aos profissionais locais da empresa e passará perto do famoso trailer transformado em laboratório de metanfetamina da bem-sucedida série de TV "Breaking Bad" e sob o gigantesco arco-íris construído em homenagem ao filme "O mágico de Oz", produzido no estúdio. Hirai deverá passar aproximadamente duas semanas por mês no estúdio, segundo uma pessoa com conhecimento dos seus planos.

A iniciativa de passar mais tempo no estúdio surge após um período tumultuado de fracassos de bilheteria, um grande ciberataque, a renúncia do chefe do estúdio, Michael Lynton, neste mês, e uma baixa contábil de US$ 1 bilhão nesta semana. Na quinta-feira, Hirai ganhará um assento em seu novo escritório no novo edifício Morita, no estúdio -- cujo nome faz alusão a Akio Morita, cofundador da Sony. Ele assumirá o papel de co-CEO da Sony Entertainment e começará a buscar um novo líder para o negócio.

"A chave é encontrar a mágica e fazer filmes que emocionem as pessoas", disse Barton Crockett, analista da FBR & Co, em entrevista.

Chegar lá será um desafio, já que concorrentes como Walt Disney investiram bilhões de dólares em seus negócios de filmes nos últimos anos e os investimentos têm se concentrado em uma quantidade menor de filmes com orçamentos maiores.

"Não acho que isto seja algo que será cumprido rapidamente. É preciso fazer grandes investimentos agora se quiserem ser um dos maiores estúdios", disse Crockett. "Aparentemente, é preciso apostar alto para conseguir atrair consumidores."

Apesar de a receita da divisão de entretenimento ter crescido de forma estável nos últimos cinco anos, quase todo o crescimento veio de televisão e mídia, e não dos filmes. Em junho, a Sony reduziu as projeções de receita da unidade para o ano fiscal 2018 em cerca de 5 por cento, para aproximadamente US$ 10 bilhões, e sua margem de lucro operacional para 6 por cento a 7 por cento, contra uma faixa anterior de 7 por cento a 8 por cento.

As ações da Sony caíram 2,3 por cento, para 3.423 ienes, no fechamento do mercado em Tóquio. Os papéis acumulam alta de 36 por cento nos últimos 12 meses.

Em um memorando interno, Hirai e Lynton disseram que a companhia ainda está comprometida com a Sony Pictures Entertainment -- o negócio de produção e distribuição de filmes e televisão da Sony --, minimizando as especulações de que poderia vender a divisão.