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Mulheres solteiras compram mais casas que solteiros nos EUA

Mary Pilon

31/01/2017 12h32

(Bloomberg) -- Por volta de 2007, Michelle Jackson, uma escritora de 30 e poucos anos de Denver, EUA, tinha um diploma de mestrado, havia viajado pelo mundo e aproveitava a vida social de solteira. Ela também sentia a necessidade de comprar uma casa própria, um rito de passagem que, pensava, estava reservado para os casais.

"Eu queria ter um lugar meu", disse Jackson. "Muita gente do meu círculo de amizades eram mulheres que compraram uma casa quando se casaram, mas mesmo assim eu sentia que queria construir meu próprio patrimônio e comprar. Se e quando eu conhecesse alguém, a casa seria apenas algo que eu levaria para o relacionamento. Não tinha sentido esperar."

Depois de visitar algumas casas à venda, Jackson foi pré-aprovada para uma hipoteca de 30 anos com taxa fixa e fez uma oferta por uma pequena residência de um quarto em um tríplex, em Denver, de US$ 72.500. Ela continua morando nessa casa, que foi avaliada no ano passado em mais que o dobro do que ela pagou, e disse que pretende reformar e talvez comprar outro imóvel na região.

"Estou tão feliz", disse Jackson. "Isso mudou completamente a forma como me sinto conectada ao lugar onde moro. É uma das melhores coisas que fiz na vida."

Notícias e pesquisas sobre as mulheres e o dinheiro podem ser desanimadoras. As mulheres ganham menos que seus colegas homens, pagam um preço mais alto no ambiente de trabalho quando decidem ter um filho, sofrem mais com as dívidas e economizam menos para a aposentadoria.

Mas existe uma área das finanças pessoas em que as mulheres solteiras estão ultrapassando os homens nos EUA, e ela é notável: a casa própria.

Quase um século depois da publicação de "Um teto todo seu" -- o ensaio de Virginia Woolf sobre a necessidade urgente das mulheres de ter um espaço físico privado onde florescer -- e de um legado de leis que limitavam as mulheres quanto à propriedade de um imóvel ou que consideravam que elas eram propriedade, as mulheres solteiras respondem por 17 por cento dos compradores de casas nos EUA, em contraste com a proporção de homens solteiros, 7 por cento. Os dados, referentes ao ano passado, são da Associação Nacional de Corretores de Imóveis dos EUA (NAR, na sigla em inglês).

Embora as mulheres estejam à frente dos homens nos dados da NAR desde 1981, a diferença aumentou ainda mais nos últimos anos, disse Jessica Lautz, diretora administrativa de pesquisa e comunicações da NAR. O valor dos imóveis e o crédito hipotecário implodiram depois da crise financeira de 2008, e as taxas de juros baixas aumentaram o apelo de conceder empréstimos a compradores novos e mais parcimoniosos.

"Se você tem filhos, com certeza isso vai influenciar onde você está pensando em morar e como", disse Lautz. "E uma hipoteca pode oferecer segurança financeira. Acho que as mulheres, mesmo com uma renda mais baixa, querem um lugar onde possam criar raízes e querem ser donas dele de verdade. O desejo psicológico de fazer isso é enorme."