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Prefeito da Cidade do México pode se candidatar a presidente

Jose Enrique Arrioja e Eric Martin

16/03/2017 12h25

(Bloomberg) -- O prefeito da Cidade do México planeja decidir no fim do ano se concorrerá à presidência em 2018, afirmando que sua decisão dependerá do apoio "do povo" e do potencial de um grande movimento cidadão.

Miguel Ángel Mancera, que tem ligação próxima com o Partido da Revolução Democrática (PRD), disse que está aberto a formar alianças com outros partidos, em particular com o Movimiento Ciudadano e o Partido do Trabalho, conhecido como PT. Ele disse que o México precisa de um governo capaz de entregar progresso, alertando que um governo que semeia divisões ou que reverte avanços criará estagnação. Mancera disse que poderá tomar sua decisão em novembro.

A candidatura de Mancera surgiria de um "movimento cidadão com uma proposta ampla, capaz de combinar diversos setores da sociedade", disse Mancera na quarta-feira, em entrevista em Nova York, nos bastidores da conferência Women4Climate, na Universidade de Columbia. "Os cidadãos decidirão. Eu estou aqui com as melhores intenções."

O ex-procurador-geral da Justiça do Distrito Federal, de 51 anos, ganhou a eleição para a prefeitura como candidato do PRD em 2012, mesmo ano em que Andrés Manuel López Obrador, o nomeado do partido para a presidência, perdeu para Enrique Peña Nieto. López Obrador, popularmente conhecido como Amlo, deixou o PRD após a eleição para fundar o Morena, ou Movimento de Regeneração Nacional, e já declarou sua intenção de concorrer para presidente. Mancera não falou sobre a possibilidade de formar uma aliança com o Morena.

López Obrador, que também foi prefeito da Cidade do México no início dos anos 2000 e já concorreu à presidência duas vezes, tem aparecido na liderança nas primeiras pesquisas eleitorais. Ele quer uma revisão das leis aprovadas durante o governo de Peña Nieto que abriram os mercados de energia do México para o investimento estrangeiro e promete realizar um referendo sobre o assunto e fazer mudanças com base no resultado da consulta. A reformulação foi imposta a um público desinformado e não reduziu os gastos com combustíveis e eletricidade conforme o prometido, disse ele em entrevista concedida na terça-feira, em Nova York.

Uma pesquisa de opinião publicada pelo jornal El Financiero, da Cidade do México, em fevereiro, mostrou Mancera atrás de diversos outros candidatos, com López Obrador recebendo 33 por cento do apoio do eleitorado, seguido por Margarita Zavala, do Partido da Ação Nacional, com 27 por cento, e por Miguel Ángel Osorio Chong, do Partido Revolucionário Institucional de Peña Nieto, com 20 por cento. Mancera teve 10 por cento de apoio na pesquisa e ficou empatado com o político independente Jaime Rodríguez.