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Moody's é acusada de sexismo e retaliação por ex-vice-presidente

Adam Tempkin

17/03/2017 12h51

(Bloomberg) -- Uma ex-analista da agência de classificação de risco Moody's Investors Service afirmou em uma ação judicial que foi demitida após apontar uma classificação de título equivocada e por reclamar da cultura supostamente sexista da empresa.

Na ação aberta em 13 de março no tribunal federal de Manhattan, Annelise Osborne afirma que a Moody's fomentou "uma cultura e uma prática de discriminação de gênero", incluindo olhares maliciosos, comentários depreciativos, disparidades salariais e obstáculos ao progresso. Além disso, afirma, ela foi alertada a não fazer seu trabalho tão bem para não gerar "ressentimento" entre seus colegas do sexo masculino.

A Moody's negou as acusações.

'Violenta discriminação de gênero'

Osborne disse que entrou na Moody's em 2004 e subiu na hierarquia até se tornar vice-presidente sênior. Ela conta que, por volta de setembro de 2014, reportou um erro na classificação de um título. Depois que a equipe de títulos lastreados por hipotecas comerciais (CMBS, na sigla em inglês) resistiu a corrigir o erro, disse Osborne, ela levou o assunto a instâncias superiores. Uma investigação foi aberta e o erro foi corrigido, segundo a ação judicial.

Mas Osborne afirma que em vez de ser elogiada por seu trabalho, ela foi criticada porque sua ação tirou um bônus da equipe de CMBS. As queixas dela a respeito dessas críticas foram minimizadas por Nick Levidy, diretor-gerente de finança estruturada, que as chamou de "paranoia irrelevante", afirma ela nos documentos judiciais.

Depois, em 2015, disse Osborne, ela teve a oportunidade de participar do conselho da empresa Ethan Allen. Apesar de ter seguido os procedimentos da Moody's de notificar seu empregador e pedir permissão, a Moody's a demitiu por "justa causa", segundo sua queixa. Ela diz que foi demitida por ressaltar o erro de classificação e por reclamar da "violenta e arraigada discriminação de gênero dentro da empresa".

Outro lado

A Moody's, que tem sede em Nova York, disse que a ação não tem fundamento.

"A Moody's leva a sério seu compromisso com a integridade e exige que todos os funcionários respeitem as estritas políticas relacionadas a cargos em empresas de fora", disse um porta-voz da companhia. Osborne foi despedida porque não cumpriu a política da companhia, segundo o porta-voz.

O porta-voz afirmou também que a companhia não tolera retaliação contra funcionários por fazerem "relatórios de boa-fé" de possíveis violações das políticas da companhia e que a Moody's não tolera discriminação, uma prática ilegal.

Levidy, que também é citado como réu, não deu retorno imediato aos telefonemas em busca de comentário sobre as acusações.