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Empresa canadense entra na briga por energia não poluente

Gerrit De Vynck

22/03/2017 13h42

(Bloomberg) -- Uma empresa canadense espera tirar proveito do florescente mercado de armazenamento de eletricidade - independentemente de qual tecnologia progredir primeiro.

A NRStor está se posicionando para ser a melhor a opção em distribuição, desenvolvimento e operação de baterias de íon de lítio, volantes de motor com levitação magnética e outras tecnologias que visam a resolver o antigo problema de armazenar eletricidade para usar depois. A empresa com sede em Toronto é a única distribuidora no Canadá da Powerwall, a bateria residencial da Tesla, e está trabalhando para transformar uma caverna de sal gigantesca em um sistema de armazenamento de energia com ar comprimido.

A tecnologia das baterias está avançando rapidamente, movida principalmente pela Tesla, de Elon Musk. Ao mesmo tempo, outros métodos que poderiam ser utilizados para armazenar energia por períodos ainda mais extensos estão sendo aprimorados. O mercado global poderia se expandir de cerca de US$ 600 milhões em 2015 para cerca de US$ 20 bilhões em 2024, segundo a empresa americana Navigant Research.

"Isto pode avançar muito rápido", disse a CEO da NRStor, Annette Verschuren. Ela dirigiu a divisão canadense da Home Depot e conheceu o presidente dos EUA, Donald Trump, em uma reunião com executivas em fevereiro. "Essas empresas de tecnologia prefeririam trabalhar conosco porque nós desenvolvemos o mercado, compreendemos bem as regulamentações, realizamos as avaliações e as conexões, construímos e operamos."

Verschuren estima que a NRStor, fundada em 2012 com 10 milhões de dólares canadenses (US$ 7,5 milhões) em capital inicial, poderia ter um valor de mercado de uns 500 milhões de dólares canadenses em cerca de seis anos e acabar entrando na bolsa. Ela projeta um futuro onde casas, empresas e fabricantes utilizarão tecnologia de armazenamento de energia de diversas formas para reduzir custos. Ela não quis fornecer números atualizados sobre a receita.

Primeiro volante de motor

A empresa começou a operar o primeiro projeto de volantes de motor no Canadá em Minto, Ontário, uns 150 quilômetros a oeste de Toronto, em 2014. As gigantescas rodas, apoiadas sobre ímãs em levitação para reduzir a fricção, armazenam energia cinética que pode ser utilizada para mover um gerador.

Outro projeto encabeçado pela NRStor está enchendo de ar comprimido uma caverna de sal em Goderich, Ontário. É uma técnica empregada para armazenar gás natural durante anos, porque o sal fecha naturalmente qualquer rachadura que se formar e impede que o que está dentro escape. A NRStor também captura o calor do ar comprimido com uma substância desenvolvida por outra empresa canadense, a Hydrostor, inovação que segundo a NRStor é a primeira do mundo para um projeto tão grande.

Investimentos anuais em ar comprimido atingirão US$ 5 bilhões até 2024, segundo a Navigant. Grande parte dessa demanda virá do exterior e Verschuren disse que ela já está captando interesse da Europa e do Caribe pelo trabalho da NRStor. Contudo, o grande prêmio vai ser os EUA, porque, segundo estimativas, o mercado norte-americano de armazenamento de energia crescerá para US$ 150 bilhões, disse Verschuren.

O ceticismo de Trump em relação à mudança climática e aos projetos de energia sustentável não lhe preocupa, disse Verschuren. "É tarde demais. Você não pode parar a Califórnia, Nova York, Nova Inglaterra", disse ela, referindo-se às diversas normas e subsídios estaduais para a energia limpa. "Eu sei que ele está desmanchando a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês), mas acho que isso dará muito mais poder aos estados, e é lá que as coisas são feitas."