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BlackRock troca pessoas por máquinas ao mudar unidade de ações

Sabrina Willmer

29/03/2017 14h42

(Bloomberg) -- Após anos de ganhos lentos de seus tradicionais estrategistas de ações, a BlackRock está aumentando a aposta nas análises quantitativas.

A maior gestora de recursos do mundo demitirá mais de 30 pessoas de seu grupo de ações ativas, incluindo cinco de seus 53 gerentes de portfólios fundamentais, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto. A reformulação transfere US$ 6 bilhões dos US$ 201 bilhões administrados pelos estrategistas de ações tradicionais para fundos mais baratos influenciados por análises quantitativas, disse a pessoa.

A mudança do CEO Laurence D. Fink para estratégias quantitativas segue o exemplo de jogadas similares de hedge funds que buscam uma solução de alta tecnologia para seus problemas com os investimentos. Fink, que reorganizou sua unidade de seleção de ações diversas vezes nos últimos anos, atualmente vê os modelos de computadores e a ciência dos dados como o futuro da gestão de ações ativas. A decisão dele é impulsionada pela migração de clientes para fundos negociados em bolsa que monitoram índices, que são mais baratos e beneficiam o negócio de ETF da BlackRock, ao mesmo tempo afetando seus gerentes ativos.

"Há uma redução das comissões nos EUA, impulsionada pelos avanços tecnológicos e pelo crescimento bem-sucedido e contínuo dos ETFs", disse Mark Wiseman, chefe global de ações de gestão ativa da BlackRock, em entrevista. "Estamos em um ambiente regulatório que está pressionando duramente o modelo tradicional de ações ativas. Queremos jogar no ataque, não na defesa."

Pete Stournaras, que administrava pelo menos US$ 6 bilhões, principalmente por meio de fundos de grande capitalização, é um dos gerentes de fundo que estão de saída, disse a pessoa. Os analistas quantitativos agora terão influência sobre seis desses fundos, pelo menos. Bart Geer, que gerencia pelo menos US$ 4 bilhões na equipe de valor básico, deixará esses fundos e se tornará assessor sênior. Thomas Callan, que ajuda a administrar pelo menos US$ 7 bilhões, também virará assessor. Os telefonemas feitos aos gerentes não tiveram retorno imediato.

Cortes nas comissões

A BlackRock, que administra US$ 5,1 trilhões, está transferindo dinheiro de seu negócio de seleção de ações para uma nova série Advantage administrada pelo grupo de análises quantitativas, de US$ 74 bilhões. A Advantage deverá incluir nove fundos de investimentos para investidores dos EUA que produzirão retornos com menos risco, informou a companhia. As reduções das comissões sobre US$ 6 bilhões em ativos variam de cerca de 19 por cento para 56 por cento.

"Podemos fornecer um alfa de forma mais eficiente a um custo melhor com processos automatizados", disse Wiseman.

A empresa com sede em Nova York está também transferindo ativos de fundos de ações de gestão ativa para uma série de instrumentos que produzem rendimentos de dividendos maiores, com US$ 2 bilhões afetados pelos cortes de comissões de até 21 por cento, disse a pessoa. Outros dois grupos de fundos -- um que realizará apostas concentradas de maior risco e outro focado em países e setores específicos -- completam a reorganização.