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Subúrbios dos EUA vivem epidemia de overdoses de drogas

Peter Coy

30/03/2017 14h07

(Bloomberg) -- Há uma década os subúrbios eram os lugares mais seguros dos EUA no que diz respeito ao número de overdoses de drogas. Agora, são os mais perigosos. Essa é uma das conclusões de um relatório chocante divulgado na quarta-feira.

"Este foi um relatório muito sombrio", diz Marjory Givens, uma das autoras do estudo 2017 County Health Rankings. Ela é vice-diretora de dados e ciência do projeto e também cientista associada do Instituto de Saúde Populacional da Universidade de Wisconsin. "Estamos enfrentando uma crise."

Para comparar as causas de morte, o projeto do ranking analisou quantos anos de vida potencial foram perdidos por cada 100.000 pessoas com causas de morte variadas. O estudo usou a idade de 75 anos como linha de base, por isso se uma pessoa morreu de overdose aos 25 anos, contaria como 50 anos de vida potencial perdida. As grandes metrópoles suburbanas apresentaram o coeficiente mais baixo de vida potencial perdida entre todos os tipos de comunidade em 2006, mas o mais elevado entre todos os tipos de comunidade em 2015, o último ano estudado. O aumento de vida potencial perdida nos subúrbios foi de cerca de 50 por cento.

As overdoses de drogas foram a principal causa de morte em 2015 entre os americanos de 25 a 44 anos, apontou o estudo.

As overdoses estão matando mais americanos do que nunca, compensando a queda nas mortes com veículos motorizados. (As mortes no trânsito voltaram a subir em 2015). O índice global de mortes prematuras ficou no menor patamar em 2012, aumentou lentamente em 2013 e 2014 e subiu a um ritmo mais rápido em 2015, aponta o relatório.

O projeto do ranking de saúde dos condados é uma colaboração do Instituto de Saúde Populacional da Universidade de Wisconsin com a Robert Wood Johnson Foundation, uma instituição de caridade dedicada à melhora da saúde. O relatório anual contém rankings detalhados da saúde de cada condado de cada estado do país. Ele compila dados sobre saúde e mortalidade de uma série de fontes, incluindo o Escritório do Censo e os Centros de Controle de Doenças. As novas descobertas reforçam as de outras pesquisas, incluindo um novo relatório sobre "mortes por desesperança" entre pessoas brancas de meia idade com baixo nível de escolaridade.

Segundo Givens, um raio de esperança é o fato de algumas comunidades terem respondido de forma inovadora à crise da overdose de drogas. Ela citou o programa Safe Station, em Manchester, New Hampshire, que abre as unidades do corpo de bombeiros aos usuários de drogas que precisam de aconselhamento ou de tratamentos emergenciais "sem medo de represálias ou de serem presos".