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Alta do petróleo perde fôlego com retomada da produção da Líbia

Paul Burkhardt e Heesu Lee

04/04/2017 13h32

(Bloomberg) -- A alta do petróleo para mais de US$ 50 o barril está perdendo impulso após a recuperação da produção da Líbia, o que coloca o foco novamente sobre a Opep.

Apesar de a produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) ter caído 200.000 barris por dia em março, o declínio foi auxiliado por cortes efetuados na Nigéria e na Líbia, países que estão isentos desse acordo de limite à produção para reduzir o excedente global, mostra uma pesquisa da Bloomberg News. A Líbia retomaria a operação em seu maior campo após cerca de uma semana de interrupção que havia ajudado a elevar os preços.

A alta do petróleo na semana passada, a maior desde dezembro, também foi ajudada pelo fato de o Kuwait e outros produtores da Opep terem se unido a Omã e externado apoio à extensão do acordo de seis meses para reduzir a produção, que entrou em vigor em janeiro. O secretário-geral da Opep, Mohammad Barkindo, disse no domingo que está "cautelosamente otimista de que o mercado já esteja se reequilibrando", apesar de os dados terem mostrado que o número de sondas de petróleo ativas nos EUA é o maior desde setembro de 2015.

"Aparentemente as paralisações na Líbia são mais curtas em natureza, menos prolongadas", disse Harry Tchilinguirian, chefe de estratégia de mercados de commodity do BNP Paribas em Londres, por telefone. "Quanto mais rápido a produção voltar, menos duradouros os efeitos em termos de preço. Isso deixa o mercado do petróleo com o mesmo tipo de enigma de antes, ou seja, o que a Opep fará?"

O grupo se reunirá em 25 de maio em Viena para tomar uma decisão sobre uma possível extensão dos cortes à produção.

Retomada da Líbia

A produção de petróleo da Líbia se recuperou para cerca de 660.000 barris por dia após a retomada da produção do maior campo do país-membro da Opep, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto. A produção do país havia caído para cerca de 500.000 barris por dia na semana passada com a interrupção da produção no campo de Sharara.

A Opep bombeou 32,095 milhões de barris por dia no mês passado com base em informações compiladas de analistas, empresas petroleiras e dados de monitoramento de navios. Entre os 10 membros ligados por limites à produção, o cumprimento caiu de 104 por cento para 89 por cento das reduções prometidas. Além da Nigéria e da Líbia, a Arábia Saudita apoiou o esforço do grupo com uma redução de sua própria produção maior do que a acordada no fim do ano passado.