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Diferença salarial de gênero persiste entre jovens dos EUA

Rebecca Greenfield

05/04/2017 09h58

(Bloomberg) -- A situação da renda de jovens mulheres dos EUA parecia muito boa em 2011. A diferença salarial que separava mulheres e homens entre 25 e 34 anos era a menor já registrada pelo Pew Research Center e as jovens ganhavam 97 centavos por cada dólar pago a seus colegas do sexo masculino. Para essa nova geração de trabalhadores dos EUA, pelo menos, praticamente havia igualdade de renda.

Depois as coisas começaram a retroceder. Em 2015, a desigualdade salarial para as jovens de 25 a 34 anos aumentou para 90 centavos por cada dólar recebido por homens dessa na faixa etária, de acordo com novos dados do Pew. O que aconteceu?

O que parecia ser uma boa notícia para as mulheres jovens no começo desta década era, na verdade, principalmente uma má notícia para os homens. "Durante a recessão, os homens foram muito mais afetados do que as mulheres em termos de perda de emprego. Grande parte deles estava em trabalhos e setores que foram muito atingidos", disse Rakesh Kochhar, economista do Pew. "Ao invés de um avanço das mulheres, o que se vê é um retorno ao nível histórico."

As mulheres não avançaram ? os homens retrocederam.

Até mesmo levando em conta o desvio provocado pela recessão, mulheres de todas as idades não avançaram muito na última década. As desigualdades salariais, tanto para as mulheres como um todo quanto para as jovens, giram em torno dos mesmos números que em 2005. O Pew concluiu que uma mulher hoje ganha 83 centavos por cada dólar de um homem, um resultado que permaneceu inalterado durante os últimos 10 anos. Isso também é consistente com as conclusões do Escritório de Estatísticas do Trabalho dos EUA.

A desigualdade salarial para as mulheres jovens é relativamente pequena quando comparada à registrada para as mulheres em geral porque o ambiente de trabalho dos EUA pune as mulheres com filhos. Homens e mulheres jovens entram no mundo corporativo com os mesmos salários, de acordo com uma pesquisa realizada por McKinsey e Lean In. Uma pesquisa da Hired concluiu inclusive que as mulheres ganham 2 por cento a mais que os homens em cargos iniciais. No entanto, as mulheres ocupam apenas 17 por cento dos cargos de diretoria, segundo McKinsey e Lean In.

Mulheres que têm filhos tendem a ser pressionadas a sair do emprego devido à falta de flexibilidade horária e de políticas de licença parental remunerada. As que permanecem na força de trabalho enfrentam a chamada "punição por maternidade". Para cada filho que uma mulher tem, ela perde 4 por cento em renda ao longo da vida, uma cifra atribuída exclusivamente à parcialidade. Novas mães voltam da licença e passam a ter menos responsabilidades. Quando uma mulher sai mais cedo para buscar um filho no colégio, ela é julgada.

Os homens, por outro lado, ganham um "bônus paternidade" ? um salto de 10 por cento na renda por cada filho.