BHP consulta bancos e policiais para eliminar Clube do Bolinha
(Bloomberg) -- A BHP Billiton, maior mineradora do mundo, está aprendendo lições sobre diversidade com bancos e policiais para promover mulheres a postos de direção e para que sua força de trabalho esteja equilibrada entre os sexos até 2025.
Entre as instituições com quem a mineradora conversou sobre políticas de recrutamento e retenção está o Australia & New Zealand Banking Group (ANZ), disse Laura Tyler, chefe de pessoal e geociências da empresa sediada em Melbourne, durante entrevista realizada no escritório da Bloomberg em Sydney.
"O setor bancário também era visto como Clube do Bolinha e os grandes bancos e bancos de varejo realizaram uma virada enorme", disse Tyler, 50 anos, que foi nomeada no ano passado à diretoria executiva da BHP e é uma das três mulheres no alto escalão da empresa. "Estamos conversando sobre como eles fizeram para mudar as coisas."
Na média, as mulheres representam 52 por cento do quadro de pessoal das instituições financeiras que compõem o Bloomberg World Index, a maior parcela entre todos os setores com dados acompanhados pela Bloomberg. A menor parcela é das produtoras de matérias-primas como a BHP e sua maior concorrente, Rio Tinto Group, com apenas 19 por cento.
A BHP anunciou em outubro a meta de equilíbrio entre os sexos. A empresa vê justificativa comercial clara para mudar a cara de seu quadro de pessoal, segundo Tyler. "Os locais que têm mais diversidade e nos quais as pessoas relatam que têm mais liberdade para falar e se sentem incluídas estão entregando os melhores resultados e também nossos melhores resultados em termos de segurança", ela revelou.
As 10 operações da BHP com a maior presença de funcionárias têm desempenho pelo menos 15 por cento acima da média da mineradora em métricas como produtividade, segurança e cumprimento de previsões de produção, escreveu o presidente Andrew Mackenzie em memorando enviado aos empregados em outubro.
No ANZ, terceiro maior banco da Austrália, há uma mulher em todos os painéis de entrevista e em todas as listas de finalistas a candidatos a emprego, disse a responsável por fortunas privadas, Alexis George, durante o evento Bloomberg Voices, realizado em Sydney na quarta-feira.
A BHP informou por e-mail que também discutiu recrutamento e outras práticas de recursos humanos com a polícia do Estado australiano de Victoria, com a empresa de alimentação Sodexo, sediada em Paris, e com a maior operadora australiana de telecomunicação, a Telstra.
Segundo Tyler, está havendo progresso na BHP em alguns departamentos, como financeiro e jurídico. Por exemplo, quando chegar a hora de escolher um sucessor para o diretor financeiro Peter Beaven,"é grande a chance de termos mulheres muito inteligentes batendo na porta, assim como teremos homens muito inteligentes que sempre bateram naquela porta", ela disse.
As mulheres representavam 17,6 por cento do quadro pessoal da BHP no período de 12 meses até 30 de junho, segundo relatório anual publicado em setembro. Em 2012, eram 17 por cento.
Tecnologias pelas quais as operações de mineração são controladas ou operadas remotamente de escritórios na cidade estão abrindo oportunidades para a contratação de mais mulheres. Entre os 200 funcionários que trabalham no centro de controle de carvão da BHP em Brisbane, a maioria é de mulheres e muitas anteriormente fizeram carreira como enfermeiras, operadoras de centrais de emergência e especialistas em logística militar, segundo a empresa.
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