Dona do festival Coachella leva uso da marca a sério
(Bloomberg) -- "Eu realmente vou terminar em um tribunal explicando por que meu Instagram tem uma hashtag Coachella?".
Essa foi a pergunta feita por um homem chamado Sean. Ele é sócio de uma empresa de cultivo de maconha que se viu em litígio com o enorme festival anual de música que está programado para começar no próximo fim de semana no deserto da Califórnia. Sean não quer revelar seu sobrenome devido ao negócio em que está.
Sua empresa, a Lowell Farms, criou um pacote de cigarros pré-enrolados com a marca Coachella pensado para os frequentadores do festival, uma novidade que ganhou popularidade nas redes sociais. Sean diz que não considerou seriamente a possibilidade de ter problemas com o nome, mas estava errado. Ele conta que sua empresa, que tem sede em Los Angeles, recebeu uma carta de "cessar e desistir" do assessor jurídico da AEG Presents, a empresa controladora do Coachella Music Festival. (Cópias da carta e de e-mails foram fornecidos pela Lowell Farms à Bloomberg). A AEG não respondeu aos pedidos de comentário feitos por telefone e e-mail.
A busca de uma empresa por proteger sua propriedade intelectual não deveria surpreender. Mas o Coachella ganhou fama como uma alternativa hippie relaxada e chique ao Burning Man, por exemplo. Em seu primeiro ano, os ingressos foram vendidos a US$ 50 e os principais destaques foram Beck e Rage Against the Machine.
O espírito original era em grande medida não corporativo, mas até mesmo naquela época o Coachella contava com uma grande promotora, a Goldenvoice, e vendia ingressos por meio do Ticketmaster. A Goldenvoice foi criada para promover bandas de punk rock nos anos 1980. Segundo um obituário de Paul Tollett, um dos sócios da Goldenvoice, a empresa ajudou a estabelecer bandas como Jane's Addiction e Nirvana e buscou formular o Coachella nos moldes dos festivais europeus. Dois anos depois da criação do Coachella, contudo, a AEG comprou a Goldenvoice.
Como se converteu em um gigante de vários fins de semana com 600.000 espectadores que pagavam centenas de dólares cada, os donos do evento também passaram a proteger mais sua identidade.
Há um mês, por exemplo, a AEG processou a Urban Outfitters, acusando sua subsidiária Free People de vender roupas usando a marca registrada Coachella. Somente no ano passado, a empresa processou centenas de cidadãos comuns por infração de marca registrada, acusando-os de serem "contrabandistas", segundo a queixa. Até mesmo a gigante do setor de energia Phillips 66 foi processada pelo Coachella no ano passado por infração de marca e concorrência injusta. O Coachella abriu processo contra Kamil Al-Ahdali, que operava o festival de música Hoodchella, por infração de marca. Al-Ahdadi teria concordado em mudar o nome do festival e o caso foi fechado depois disso. (A Urban Outfitters e o assessor jurídico de Al-Ahdali não responderam aos pedidos de comentário. Dennis Huss, porta-voz da Phillips 66, disse que o processo foi "arquivado após um acordo de confidencialidade").
Em resposta à carta da AEG, a Lowell Farms postou uma cópia da missiva em seu Instagram, acrescentando a hashtag "Coachella", sem remover nenhuma postagem das redes sociais em referência ao festival. A Lowell Farms afirma que planeja continuar vendendo os cigarros pré-enrolados no festival de música e distribuir coroas de flores de maconha, mas que o nome "Coachella" será removido do pacote. No lugar, será colocada a inscrição "NotChilla".
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