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Americanos preferem vinhos mais caros da Nova Zelândia

Tracy Withers

13/04/2017 09h41

(Bloomberg) -- Os americanos estão se apaixonando pelos vinhos caros da Nova Zelândia e deixando de lado o vinho mais barato da Austrália e da Argentina.

O valor do vinho da Nova Zelândia exportado para os EUA subiu 11 por cento no ano passado, para US$ 400 milhões -- maior crescimento entre os oito maiores importadores --, superando os ganhos da Austrália no país pela primeira vez, segundo números da Gomberg, Fredrikson & Associates. As exportações australianas caíram 8 por cento e as da Argentina, 4 por cento.

A Nova Zelândia está colhendo os dividendos por empurrar vinhos de qualidade a preços mais elevados para o lucrativo mercado americano, onde os consumidores estão se tornando cada vez mais exigentes. As exportações para os EUA dobraram nos últimos cinco anos, transformando o país no maior mercado para produtoras como a Constellation Brands, cujo sauvignon blanc Kim Crawford é o campeão de vendas nos EUA.

"Estamos vendo novas gerações que cresceram em torno do vinho e que estão mais à vontade com o vinho, subindo a um vinho mais caro mais cedo em suas vidas de bebedores de uma forma que a geração anterior nunca fez", disse Marc Soccio, analista do Rabobank em Melbourne, que ajuda a produzir um relatório trimestral sobre a indústria do vinho. "Essas tendências naturalmente favoreceram um país como a Nova Zelândia."

O volume de vinho da Nova Zelândia importado pelos EUA no ano passado aumentou 14 por cento, para 7,3 milhões de caixas, enquanto as importações da Austrália caíram 11 por cento, para 16,7 milhões.

No caso da Nova Zelândia, a demanda crescente é uma diversificação bem-vinda para um país cujas exportações são dominadas por produtos lácteos e carne. A economia cresceu menos do que o projetado pelos economistas no quarto trimestre de 2016 e está no ritmo mais lento desde meados de 2015, quando a produção agrícola e a fabricação de alimentos encolheram.

A limitada capacidade de produção da Nova Zelândia impede o país de enviar grandes volumes de vinho para o exterior, o que leva o setor a mirar na qualidade, não na quantidade, nos mercados importantes. Apesar de o país ser atualmente o terceiro maior em valor entre as importações dos EUA, depois da Itália e da França, é o sétimo em volume, com apenas 5,5 por cento das 132 milhões de caixas importadas pelos americanos no ano passado.

"As pessoas não querem apenas tomar vinhos mais caros, elas também desfrutam do estilo dos vinhos produzidos pela Nova Zelândia -- mais frescos, mais frutados, mais delicados, um pouco mais leves", disse Soccio.

Os EUA se tornaram o maior mercado do vinho da Nova Zelândia em 2015. No ano passado, as exportações para os EUA subiram para 29 por cento do total exportado, contra 21 por cento em 2011.

As exportações totais de vinho da Nova Zelândia subiram 10 por cento, para 1,57 bilhão de dólares neozelandeses (US$ 1,1 bilhão), no período de um ano que terminou em 30 de junho de 2016, colocando o setor a caminho da meta de 2 bilhões de dólares neozelandeses em vendas internacionais até 2020 e consolidando o vinho como o sexto maior produto de exportação do país.