Malhação virtual de US$ 10.000 oferece resultados no mundo real
(Bloomberg) -- Johannes Scholl aposta que a realidade virtual pode entusiasmar as pessoas a se exercitarem.
A startup de Scholl, Icaros, com sede em Munique, desenvolveu uma máquina de exercícios de RV que oferece atividades físicas fazendo com que pareça que os usuários estão voando ou mergulhando nas profundezas do oceano. Cerca de 200 academias e centros de entretenimento de Londres a Tóquio já instalaram essas máquinas, que custam em torno de US$ 10.000, incluindo frete e outras despesas. Uma versão doméstica mais barata, que custa cerca de US$ 2.000, está sendo desenvolvida e poderia ser lançada por volta do começo do próximo ano.
"Não há nada comparável para fazer em uma academia de ginástica", diz Scholl, que ajudou a fundar a Icaros em 2015 com o colega designer industrial Michael Schmidt.
A indústria da aptidão física vem tentando há décadas tornar os exercícios menos entediantes ? dos aparelhos de TV incorporados às esteiras aos aplicativos que incentivam os usuários a seguirem a programação ?, mas a tecnologia ainda não encontrou uma cura para a monotonia de malhar. Scholl faz parte de uma nova comunidade que acredita que o apelo viciante dos videogames e o poder envolvente da RV poderão solucionar isso.
Defensores citam o jogo Pokémon Go como um exemplo de caso em que a tecnologia estimulou a atividade física. Menos de uma semana após o lançamento do aplicativo, em julho do ano passado, os jogadores ziguezagueavam por bairros e parques do mundo inteiro e organizavam grandes caminhadas para caçar Pokémons em cidades como Sidney e Nova York. O jogo levou os usuários mais empolgados a caminharem 25 por cento a mais do que o habitual, de acordo com pesquisadores da Universidade de Stanford e da Microsoft.
Especialistas em aptidão física têm dúvidas se aparelhos de tecnologia avançada conseguirão fazer as pessoas se exercitarem mais -- ou não abandonarem a atividade. Inovações como fones de ouvido à prova d'água e tênis de corrida que se ajustam automaticamente não conseguiram, de forma geral, motivar as massas. "Muitas dessas tecnologias estão sendo adotadas por pessoas que já se exercitavam, não tanto por pessoas que são novas no jogo", diz Remco Polman, chefe de estudos sobre exercícios e nutrição da Universidade de Tecnologia de Queensland, em Brisbane, Austrália.
O Pokémon Go merece elogios por ter conseguido levar mais pessoas às ruas, diz ele, mas transformar os exercícios em jogos não necessariamente poderá enganar o cérebro a fazer algo que enfrenta a resistência do corpo. Em vez de se basear em truques, encontrar um modo de gostar dos exercícios em si -- por estar ao ar livre, por exemplo -- é essencial para manter a atividade durante um período de tempo significativo, diz ele.
"O problema da motivação extrínseca é que você só realiza a atividade enquanto existe uma recompensa", diz Polman. "Depois que você capturar todos os seus Pokémons, qual será o motivo para continuar fazendo exercício?"
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