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Brexit beneficia e prejudica uísque escocês ao mesmo tempo

Thomas Buckley

28/04/2017 09h49

(Bloomberg) -- O Brexit é uma faca de dois gumes para a indústria do uísque escocês.

A desvalorização da libra após a decisão do Reino Unido, em referendo, de deixar a União Europeia elevou as exportações do destilado a um nível recorde no ano passado, mas o setor enfrenta o risco de perder benefícios em uma série de mercados importantes se o Reino Unido ficar fora da rede de tratados comerciais bilaterais da UE.

"Durante o processo de saída do Reino Unido da UE, a indústria de uísque escocês enfrentará desafios, mas também existem possíveis oportunidades se as prioridades do setor forem entregues", informou a Associação do Uísque Escocês (SWA, na sigla em inglês), em comunicado nesta sexta-feira.

O uísque é o maior produto de exportação britânico da categoria alimentos e bebidas, responsável por levar mais de 4 bilhões de libras (US$ 5,3 bilhões) por ano ao país. As exportações aumentaram 4 por cento em 2016 e deverão ter um estímulo maior se a libra continuar no baixo nível atual. Contudo, o destilado pode perder o tratamento tarifário favorável em países como Coreia do Sul, África do Sul e Colômbia quando perder a cobertura dos tratados de livre comércio da UE. No total, cerca de 10 por cento das exportações podem ser afetadas.

Segundo as regras da Organização Mundial do Comércio, o uísque escocês continuará sendo beneficiado pela tarifa zero aplicada às exportações a mercados como a UE após a saída do Reino Unido do bloco. O mesmo vale para os EUA, maior mercado do destilado em valor, com um total anual de 856 milhões de libras, no qual marcas de malte único como Glenlivet, da Pernod Ricard, e Macallan, da Edrington Group, contribuíram para que as exportações dessa categoria aumentassem para mais de 1 bilhão de libras no ano passado.

As oscilações cambiais provavelmente foram uma mudança positiva para as exportações e qualquer alteração fundamental na demanda pode se tornar mais visível em 2017, informou a SWA.