Croata da Time Warner enfrenta 'exército albanês' da Netflix
(Bloomberg) -- Para se defender da Netflix, a Time Warner está imitando a gigante de streaming de vídeo. E recorreu a um refugiado de guerra e ex-jogador de basquete com mais de 2 metros de altura para que o plano dê certo.
A Turner, divisão da Time Warner que abriga a CNN, a TBS e a TNT, planeja adaptar a oferta virtual de seus canais ao gosto das pessoas, monitorando as preferências antes de sugerir o que os assinantes deveriam assistir, como a Netflix faz. A companhia por trás da iniciativa é a iStreamPlanet, em que a Time Warner comprou uma participação majoritária há dois anos por US$ 148 milhões.
O fundador Mio Babic pode não gostar do conteúdo que a Netflix transmite, mas elogia a destreza tecnológica da companhia.
"Eles têm um motor de recomendações incrível", disse Babic, croata que começou a iStreamPlanet em 2000 após fugir da guerra na então Iugoslávia. "Não tenho nenhuma dúvida de que este é o futuro ? com o tempo, cada usuário terá sua própria versão da CNN."
A Time Warner pretende oferecer canais personalizados dentro dos próximos anos. A ideia é que a TNT, por exemplo, transmita jogos da NBA a alguns usuários do app enquanto outros, que não gostam de basquete, recebem capítulos de "The Last Ship". A CNN, por sua vez, apresentará notícias com base nas preferências pessoais.
Resta saber se a personalização é o truque que conseguirá estancar a sangria de assinantes da Time Warner, que está sendo adquirida pela AT&T por US$ 85,4 bilhões. Quase todos os canais de TV a cabo vêm perdendo telespectadores por causa do surgimento das alternativas oferecidas por empresas como Netflix, Amazon.com e YouTube.
Exército albanês
A Time Warner passou a ver a Netflix como um rival importante depois de ter subestimado a ameaça. O CEO Jeffrey L. Bewkes menosprezou a empresa em uma entrevista concedida ao New York Times em 2010, dizendo que a especulação de que a Netflix dominaria o setor era "um pouco como se perguntar se o exército albanês vai dominar o mundo", uma frase que ainda circula no meio.
Atualmente, os empreendimentos com know-how em streaming são ativos badalados. A Walt Disney gastou US$ 1 bilhão no ano passado para ficar com um terço da MLB Advanced Media, concorrente da iStreamPlanet, a fim de oferecer uma versão do ESPN exclusiva para a internet. A Apple demonstrou interesse em comprar a iStreamPlanet quando a fabricante do iPhone considerava lançar um serviço de TV ao vivo, no fim de 2015, de acordo com duas pessoas próximas à empresa de Babic. A Turner recusou porque considera que a iStreamPlanet é crucial para seus planos, disseram as pessoas. Executivos da Apple e da Turner não quiseram comentar o assunto.
Realizar uma transmissão ao vivo pela internet não é simples. A tarefa envolve pegar um feed, assegurar que ele funciona em aparelhos como Xbox e Roku, criptografá-lo, inserir propagandas e entregá-lo a um terceiro que o repasse a um provedor de internet ? tudo isso em tempo real. Uma falha significa que os telespectadores perderão um touchdown emocionante ou o último lance de um jogo.
"Não há margem de erro", disse Babic.
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