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Americanos antecipam menos financiamentos e geram alerta

Matt Scully

31/05/2017 14h14

(Bloomberg) -- Um número menor de tomadores de empréstimos automotivos subprime está quitando o financiamento mais cedo nos EUA, um possível sinal de que os consumidores com pontuações de crédito mais fracas enfrentam mais dificuldades, segundo relatório de pesquisadores do Wells Fargo.

Os tomadores de empréstimos estão realizando menos pagamentos extras de empréstimos que foram agrupados em títulos em 2015 e 2016 em comparação com empréstimos em títulos de 2013 e 2014, segundo um grupo de analistas do Wells Fargo liderado por John McElravey. Os dados sobre pagamentos antecipados podem oferecer mais um sinal de que os consumidores subprime estão tendo mais dificuldades para pagar suas contas, escreveram os analistas em nota com data de terça-feira. Os tomadores de empréstimos já estão dando calote em um montante crescente de dívidas automotivas.

Na última década, os índices de pagamentos mensais mais lentos dos cartões de crédito foram um sinal precoce de mudança do ciclo de crédito do consumidor para pior, escreveram os analistas. No caso dos financiamentos automotivos, o ritmo mais lento de pagamentos antecipados pode ser um indicador coincidente, e não um guia, escreveram.

O crescimento das dívidas automotivas desde a crise financeira soou o alarme em Wall Street e entre os órgãos reguladores, que temem que os tomadores de empréstimos possam estar sobrecarregados e que os preços dos carros usados possam estar em queda. As autoridades reguladoras expressaram preocupação de que os bancos possam estar oferecendo empréstimos que os mutuários não conseguem pagar e acondicionando-os em títulos de dívida que os investidores estão dispostos a comprar.

A emissão total de títulos apoiados por empréstimos automotivos subprime subiu para US$ 7,1 bilhões no primeiro trimestre, contra US$ 5,9 bilhões no mesmo trimestre do ano passado, segundo dados compilados pela Bloomberg. O crescimento ocorreu apesar de os prejuízos com as dívidas terem subido além dos níveis observados no rescaldo da crise financeira de 2008.

Os pesquisadores do Wells Fargo, o número um em vendas de títulos lastreados por financiamentos automotivos subprime, disseram que os títulos representam poucos riscos para os credores, mas recomendam que os investidores reduzam sua exposição ao risco por causa das avaliações.

A queda do ritmo de antecipação dos pagamentos pode afetar os investidores em títulos lastreados por financiamentos automotivos, disse Peter Kaplan, gerente de portfólio sênior da Merganser Capital Management. Eles podem resultar no pagamento mais lento dos títulos de um acordo, o que pode prejudicar os títulos de maior risco em uma transação. "Eu acho que rebaixamentos são completamente possíveis", com uma remota possibilidade de que os títulos de maior risco tenham prejuízos, disse ele.

Os bancos e as grandes agências de classificação de títulos, como a S&P Global Ratings, ressaltaram a rápida amortização das dívidas e possíveis elevações das notas de crédito como motivos para os investidores terem fé nos títulos.