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Google se empenhará mais para impedir propaganda terrorista

Lindsey Rupp e John Lauerman

19/06/2017 13h19

(Bloomberg) -- O Google, empresa que pertence à Alphabet, afirma que está elaborando políticas e procedimentos novos para suprimir vídeos relacionados com o terrorismo, uma resposta aos legisladores do Reino Unido que afirmaram que a internet é uma placa de Petri para ideologias radicais.

O Google passará a usar mais tecnologia para identificar vídeos extremistas e relacionados com terrorismo em seus sites, inclusive no YouTube, e aumentará o número de pessoas que monitoram conteúdos relacionados com o terrorismo, escreveu Kent Walker, assessor-geral do Google, em um artigo no Financial Times no domingo. A companhia também será mais enérgica ao colocar alertas e limitar o alcance de conteúdos que, embora não estejam oficialmente proibidos, sejam incendiários.

"Nós e outras empresas trabalhamos durante anos para identificar e eliminar conteúdos que violem nossas políticas, mas a verdade incômoda é que nós, como um setor, precisamos reconhecer que é necessário fazer mais", escreveu Walker.

O Google e outros sites de redes sociais e de pesquisas estão sendo pressionados a eliminar rapidamente publicações de grupos terroristas, como Estado Islâmico e Isis. Depois que sete pessoas morreram e outras 48 ficaram feridas em um ataque em Londres neste mês, autoridades do Reino Unido se concentraram nos sites que são vistos como facilitadores para que extremistas recrutem seguidores, coordenem ataques e divulguem propaganda ideológica. Legisladores propuseram novas leis para regulamentar como as plataformas de redes sociais devem combater o extremismo na internet.

"Não podemos permitir que essa ideologia tenha o espaço seguro de que necessita para se disseminar", disse a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, no começo deste mês. As leis propostas obrigariam as redes sociais a disponibilizar os dados dos usuários às forças de segurança nacional.

Em resposta, um porta-voz do Ministério do Interior do Reino Unido pediu que as empresas se empenhem em implementar tecnologia capaz de identificar, eliminar e até mesmo impedir que conteúdos extremistas sejam distribuídos amplamente em seus sites.

"As medidas que estão sendo implementadas pelo Google, particularmente aquelas relativas ao discurso de ódio, são primeiros passos animadores", disse um porta-voz em um comunicado enviado por e-mail no domingo. "No entanto, sentimos que as empresas de tecnologia podem e devem ir além e atuar com mais rapidez, especialmente para identificar e eliminar conteúdos de ódio."

Walker disse que o Google também está aumentando suas iniciativas de combate à propaganda ideológica, empregando uma tecnologia que "aproveita o poder da publicidade virtual direcionada para chegar a possíveis recrutas do Isis e redirecioná-los a vídeos antiterroristas que podem fazer com que eles desistam de se filiar".

"Juntos, podemos criar soluções duradouras para enfrentar as ameaças à nossa segurança e às nossas liberdades", escreveu ele no artigo. "Este desafio é enorme e complexo. Estamos comprometidos a fazer nossa parte."