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Pinsky, do Bong Appetit, é coroado rei da maconha mainstream

Amanda Gordon

19/06/2017 12h38

(Bloomberg) -- No terraço do Delancey, na noite de quinta-feira, convidados trocavam vape pens e notas de degustação dignas de Napa, enquanto outros acendiam baseados na calçada, respeitando a política de proibição ao fumo do bar que fica no bairro nova-iorquino de Lower East Side.

Não eram usuários comuns de maconha. Na calçada, Jason Pinsky, o produtor de cannabis do programa "Bong Appetit", da emissora Viceland, e sócio da Fette Sau, uma churrascaria em Williamsburg, estava prestes a ser coroado o Rei da Maconha Mainstream. Também estavam lá a pessoa que o coroou, Chloe Villano, criadora do Cannabis Business Awards; Adam Dunn, especialista da variedade Sour Diesel e instrutor da Clover Leaf University; e Danny Danko, editor e redator da revista High Times.

Bem-vindo à cena noturna derivada do Congresso Mundial e Exposição Comercial da Maconha, um evento de três dias realizado no Javits Center, em Manhattan, com expositores como HempMeds e HempTech e palestrantes como o assessor presidencial republicano Roger Stone, o reverendo Al Sharpton e Jesse Ventura, ex-governador de Minnesota e lutador profissional que virou defensor da legalização da maconha.

À medida que mais estados americanos legalizam a cannabis de alguma forma, cresce o número de investidores, empreendedores, convenções e festas do setor. Embora o Bloomberg Intelligence Global Cannabis Index tenha caído cerca de 40 por cento em relação ao pico de fevereiro, as empresas relacionadas à maconha levantaram mais de US$ 734 milhões entre 1º de janeiro e 21 de abril, um aumento de quase sete vezes em relação aos US$ 108 milhões do mesmo período do ano passado, segundo um relatório da New Frontier Data e da Viridian Capital.

O presidente dos EUA, Donald Trump, e o procurador-geral dos EUA, Jeff Sessions, podem ser contrários à legalização da maconha, mas o apoio público à legalização subiu para 60 por cento em 2016, segundo a empresa de pesquisa Gallup.

Na festa, alguns dos convidados disseram que o aspecto mais importante da legalização da maconha é a justiça em relação aos negros, presos de forma desproporcional por acusações relacionadas à maconha. Pinsky, 43, disse ser um ativista da legalização da maconha com fins medicinais e contou a parlamentares de Albany sua história de uso de extratos de cannabis para reduzir sua dependência dos opiáceos, que ele usou durante 14 anos para administrar dores crônicas após duas cirurgias.

Depois que julgou sua primeira High Times Cannabis Cup, em 1994, ele viu uma evolução na cultura da maconha.

"Meu filho não vê nenhuma conexão entre a maconha e a guerra das drogas", disse Pinsky, sobre o filho de 10 anos. "Ele conhece a maconha como um remédio que ajuda seu pai a não usar analgésicos. Ele está crescendo em um mundo onde a maconha é um ingrediente em nossa despensa, que usamos para cozinhar."

Entre os vencedores da miniatura de globo com glitter, neve e uma folha de cannabis estavam a Tuatara Capital, que investe no setor de maconha legal, inclusive na marca de Willie Nelson, a Willie's Reserve; a High NY, uma comunidade da cannabis, aceita pelo ex-analista do JPMorgan Michael Zaytsev e por Todd Hinden; e a VapeXHale, com seu fundador e CEO Seibo Shen, com uma vape pen na mão.

"Se alguém quiser usar, venha me procurar nesta noite", disse Shen.