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Goldman usa salário e regalias para atrair talentos tech

Dakin Campbell

15/08/2017 12h17

(Bloomberg) -- O Goldman Sachs precisa melhorar suas condições para atrair os melhores talentos da tecnologia.

A instituição de Wall Street recentemente aumentou o salário dos programadores recém-saídos da universidade para competir com empresas como Google e Facebook. E está contratando um profissional do Vale do Silício, Andrew Trout, da Square, para um novo cargo de gerente de recrutamento de engenheiros.

As mudanças são o trabalho de Elisha Wiesel, que assumiu o cargo de diretor de informação neste ano quando seu antecessor, Marty Chavez, virou diretor de finanças da empresa. Wiesel fez uma pesquisa com os funcionários a respeito do que o banco poderia fazer para torná-los mais felizes. Ele prontamente relaxou o código de vestimenta dos engenheiros e começou a encomendar para eles o tipo de monitor de computador maior e curvo que encabeçava muitas listas de desejos de funcionários.

Agora ele está à procura de talentos, buscando seduzir programadores que podem não ter considerado antes a possibilidade de trabalhar em Wall Street, onde o salário às vezes é inferior ao do Vale do Silício, o ambiente de trabalho é relativamente rígido e -- entre os que atingiram a maioridade após a crise financeira -- simplesmente é menos interessante.

Trout, que ajudava a supervisionar a área de recrutamento da Square, está entrando na empresa como diretor-gerente e lidará com as chamadas contratações laterais e em universidades, segundo comunicado enviado na semana passada aos funcionários do Goldman, obtido pela Bloomberg News. Ele se mudará da Costa Oeste dos EUA para Nova York.

"Nós queríamos, de forma muito consciente, diversificar e trazer pessoas com experiência de recrutamento no espaço da engenharia fora do setor financeiro", disse Wiesel, em entrevista na segunda-feira.

Trout é alguém "que pode nos ajudar a decifrar parte do código, não apenas em termos do que é necessário para alcançar esta base de talentos -- a que campus temos que ir, como devemos nos relacionar com eles" --, mas também para pensar na experiência daqueles que já estão no banco, disse ele.

Aumento de salários

Antes das mudanças, um engenheiro em início de carreira em Nova York poderia esperar um salário-base de cerca de US$ 83.000 por ano com bônus de cerca de US$ 12.000, segundo os números do site de busca de empregos Glassdoor. O total provavelmente subiria para mais de US$ 100.000 com um bônus maior segundo a nova política.

"Nossa intenção é ser competitivos em relação aos melhores talentos", disse Wiesel. "Se tivermos que mudar nosso pacote de pagamentos, mudaremos nosso pacote."

Tudo isso alimenta a visão da Wiesel para o departamento de engenharia, que emprega mais de um quarto dos 34.000 funcionários do Goldman Sachs. Ele quer infundir um senso de cultura, enfatizando um forte rigor técnico e ao mesmo tempo assegurando que engenheiros e programadores trabalhem ombro a ombro com seus colegas das unidades de negócio.

"Estamos injetando esse tipo de experiência em diversas áreas diferentes da empresa", disse. "Ou seja, temos uma forte demanda, não apenas por qualidade, mas também por volume. E isso torna a tarefa de recrutamento ainda mais importante."