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Guindastes em Madri mostram recuperação da construção na Espanha

Thomas Gualtieri

16/08/2017 11h33

(Bloomberg) -- Após longo sofrimento, o mercado imobiliário da Espanha ensaia uma recuperação; basta contar os guindastes que se erguem sobre Madri.

A empresa de serviços imobiliários CBRE está usando imagens de satélite fornecidas pela Airbus para monitorar as atividades de construção. Elas mostram 250 guindastes sendo empregados atualmente na capital espanhola, um aumento de 5 por cento em relação ao ano passado, em um momento em que as construtoras respondem à demanda por novas residências.

O setor da construção da Espanha continua se recuperando depois que o número de novas construções caiu 96 por cento em relação ao pico de 2006, atingindo o fundo do abismo em 2013, porque o colapso econômico e a crise bancária afetaram a atividade. A indústria da construção como um todo crescerá cerca de 4 por cento ao ano até 2020, segundo a projeção do governo.

"Isso mostra uma tendência positiva, porque significa que os projetos se substituem rapidamente uns aos outros e, portanto, a atividade é constante", disse Lola Martínez, diretora de pesquisa da CBRE, em entrevista por telefone. "Estamos recuperando o tempo perdido."

Com a projeção de que a economia crescerá mais de 3 por cento em 2017 pelo terceiro ano consecutivo, a demanda por residências está aumentando rapidamente, especialmente nos principais centros populacionais, como a capital espanhola e Barcelona.

As vendas de residências recém-construídas subiram cerca de 10 por cento na região de Madri e na Catalunha durante o primeiro trimestre do ano e as vendas globais atingiram quase 114.000 unidades, maior nível em seis anos, segundo dados do Colégio de Registradores de Propriedades da Espanha.

Isso está ajudando empresas como a Neinor Homes, uma incorporadora residencial de propriedades da Lone Star Funds, cujas ações subiram cerca de 14 por cento desde que a empresa levantou 775 milhões de euros (US$ 914 milhões) com uma venda inicial de ações, em março.

Diferentemente dos ciclos econômicos anteriores, a Espanha está contando com o consumo e as exportações, e não com a construção, para impulsionar o crescimento econômico.

"Há uma diferença importante em relação ao passado", disse Felix Lores, economista da BBVA Research, que estima um aumento anual de mais de 6 por cento na construção de novas casas em 2017 e 2018. "Geralmente um aumento da atividade de construção precedia uma expansão do PIB, que dependia desse setor -- agora é ao contrário."

Para entrar em contato com o repórter: Thomas Gualtieri em Madri, tgualtieri@bloomberg.net.

Para entrar em contato com a editoria responsável: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net.

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