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Aumenta número de gestoras reduzindo exposição a junk bonds

Natasha Doff

17/08/2017 10h31

(Bloomberg) -- Instituições de investimento que supervisionam cerca de US$ 1,1 trilhão andam reduzindo a exposição aos títulos de dívida corporativa de maior risco, por entenderem que os rendimentos não compensam potenciais perigos.

Mesmo após a queda da semana passada motivada pela intensificação das tensões entre EUA e Coreia do Norte, um índice Bloomberg Barclays que acompanha o mercado global de junk bonds ainda apresenta rendimento de 5,3 por cento, ou 1,00 ponto percentual abaixo da média apurada nos últimos cinco anos.

A classe de ativos composta por dívidas corporativas de alto rendimento tem sido uma das mais beneficiadas pelo estímulo proporcionado pelos bancos centrais globais, que comprimiu os spreads dos títulos de maior qualidade e forçou investidores a buscar retorno em outras paradas. A ameaça agora é que a elevação da taxa básica de juros nos EUA pelo Federal Reserve e a redução das compras de ativos pelo Banco Central Europeu provoquem a reversão dessa tendência.

Listamos abaixo algumas das gestoras de recursos que recentemente diminuíram a alocação em títulos de dívidas da categoria junk:

JPMorgan Asset Management

Ativos sob gestão: US$ 17 bilhões (no caso da chamada divisão de Renda Fixa Oportunista e de Retorno Absoluto)

  • No início de julho, a instituição revelou à Bloomberg que reduziu as apostas em dívida junk para 40 por cento do total. Antes, essa classe de ativos representava mais da metade da carteira.
  • "Temos mais inclinação a diminuir o risco do que a aumentar o risco por causa dos múltiplos", explicou o gestor de carteiras Daniel Goldberg, que trabalha em Nova York.

DoubleLine Capital LP

Ativos sob gestão: Aproximadamente US$ 110 bilhões

  • Jeffrey Gundlach, cofundador e copresidente, revelou em entrevista publicada em 8 de agosto que está diminuindo apostas em junk bonds e dívidas de mercados emergentes e aplicando mais em créditos de maior qualidade com menor sensibilidade à alta dos juros.
  • Para ele, os títulos de alto rendimento de emissores europeus estão em fase de " loucura". Gundlach acrescentou que os junk bonds e as dívidas de países emergentes estão sobrevalorizados.

Allianz Global Investors

Ativos sob gestão: US$ 586 bilhões

  • David Newman, responsável global por papéis de alto rendimento, informou que seu fundo começou a diminuir a exposição a essa classe de ativos porque os múltiplos nos maiores níveis históricos tornam os papéis particularmente vulneráveis em um movimento amplo de desvalorização.

Deutsche Asset Management

Ativos sob gestão: 100 bilhões de euros (US$ 117 bilhões) em carteiras multiativos

  • A instituição revelou neste mês que reduziu apostas em junk bonds europeus. Seus fundos estão migrando o foco para ações, onde há maior potencial de valorização e rendimento maior a partir dos dividendos, de acordo com Christian Hille, responsável global por carteiras multiativos que trabalha em Frankfurt.

Guggenheim Partners

Ativos sob gestão: Mais de US$ 209 bilhões

  • A firma reduziu a alocação em títulos corporativos de alto rendimento em determinadas estratégias para o menor nível desde que foram criadas, de acordo com relatório publicado nesta quinta-feira que delineia a perspectiva para o terceiro trimestre.
  • Os junk bonds estão "particularmente em risco devido aos preços relativamente esticados", segundo o documento, que tem entre seus autores o gestor de carteiras James Michal.

Brandywine Global Investment Management

Ativos sob gestão: US$ 72 bilhões

  • O fundo cortou as alocações em junk bonds denominados em euros para o menor patamar em sete anos porque os preços dos papéis são preocupantes, disse Regina Borromeo, responsável internacional por títulos de alto rendimento.

--Com a colaboração de Tom Beardsworth Cormac Mullen e Cecile Gutscher