Israel quer se reunir com potências que discutem guerra da Síria
(Bloomberg) -- As potências mundiais estão tentando colocar um fim na guerra de seis anos da Síria e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, quer um lugar na mesa de negociações.
Israel afirma que o Irã e seu representante libanês, o Hezbollah, estão trabalhando para se consolidar militarmente na vizinha Síria, onde apoiam as tropas do governo, e está preocupado porque um recente acordo de trégua negociado pela Rússia e os EUA não impede isso. O temor de Israel de que Teerã esteja montando plataformas de ataque na Síria para futuros ataques contra o Estado judeu dominou a reunião de Netanyahu com o presidente russo, Vladimir Putin, nesta quarta-feira na Rússia.
O fortalecimento da posição do Irã na Síria representa uma ameaça para Israel, o Oriente Médio e o mundo inteiro, disse Netanyahu após a reunião de três horas, e disse que deixou muito claro para Putin que Israel considera isso inaceitável.
Alianças complicadas na guerra da Síria dificultam a missão de Netanyahu. Israel poderia reforçar os ataques pontuais contra o Irã e o Hezbollah que já realizou durante a guerra se não estiver convencido de que Putin e o presidente dos EUA, Donald Trump, estão levando em conta suas preocupações com a segurança. Moshe Ya'alon, que foi ministro da Defesa de Israel durante uma parte da guerra, disse que Israel poderia se ver obrigado a intervir militarmente se o Irã não for expulso.
"Esperávamos que um acordo entre Trump e Putin considerasse a ameaça iraniana na nossa fronteira", disse Ya'alon em entrevista de Tel-Aviv. "Está claro que, se não houver uma solução, talvez nós tenhamos que agir por conta própria."
Negociações
Netanyahu viajou para a Rússia com Yossi Cohen, o chefe do Mossad, a agência de espionagem, e o diretor de segurança interna, Meir Ben-Shabbat, depois que uma delegação voltou de Washington neste mês sem anúncios de progresso sobre as exigências de Israel. Mas a Rússia, cuja intervenção militar deu uma viravolta na guerra a favor do presidente sírio, Bashar al-Assad, talvez não apoie a exigência de uma retirada iraniana total: o Irã é um dos copatrocinadores das iniciativas de paz de Moscou na Síria e é improvável que a Rússia o enfrente.
A Rússia provavelmente terá que encontrar alguma solução de compromisso, disseram os analistas.
"A opinião dominante é que o Irã continua sendo parceiro da Síria e que este não é o momento de provocar tensões", disse Alexander Shumilin, diretor do Centro de Análise de Conflitos do Oriente Médio do Instituto dos Estados Unidos e do Canadá, um órgão estatal, em Moscou. O que pode fazer é "permitir que o Irã fortaleça suas posições no oeste da Síria", mais longe de Israel, disse ele.
--Com a colaboração de Stepan Kravchenko Michael S. Arnold Samuel Dodge e Jonathan Ferziger
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.