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Coreia do Sul desconfia que Coreia do Norte poderá lançar ICBM

Shinhye Kang e Seyoon Kim

04/09/2017 11h53

(Bloomberg) -- A Coreia do Sul detectou que a Coreia do Norte continua se preparando para um possível lançamento de um míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês), uma medida que aumentaria ainda mais as tensões um dia depois de ter realizado sua sexta e mais poderosa detonação nuclear.

Chang Kyung-soo, chefe interino do escritório de planejamento político do Ministério de Defesa, disse a legisladores nesta segunda-feira que a Coreia do Norte estava fazendo preparativos para disparar um míssil, mas não deu um prazo para um possível lançamento.

A agência de espionagem da Coreia do Sul afirmou que há uma chance de que a Coreia do Norte possa disparar um ICBM para o Oceano Pacífico, acrescentando que o isolado país seria capaz de realizar um teste nuclear a qualquer momento, informou a agência de notícias Yonhap. A Coreia do Norte ameaçou no mês passado lançar mísseis em direção a Guam, o que provocou advertências de retaliação de oficiais militares americanos.

No início do dia, a Coreia do Sul preparou o caminho para a implementação total de um sistema de defesa antimíssil dos EUA, e seus militares realizaram uma simulação de disparo que teve como alvo virtual o lugar de teste da Coreia do Norte. O Ministério do Meio Ambiente aprovou de modo condicional nesta segunda-feira um relatório de impacto ambiental sobre o sistema de defesa antimíssil Thaad (Terminal High Altitude Area Defense).

Isso elimina o último obstáculo administrativo para a instalação completa do escudo de mísseis, que a China vê como uma ameaça ao "equilíbrio estratégico" da região. O Ministério da Defesa da Coreia do Sul afirmou que instalaria os lançadores restantes do sistema "em breve".

Os governos de Seul e Washington também estavam discutindo a implementação de um grupo de porta-aviões e bombardeiros estratégicos dos EUA, informou a Yonhap.

Após o teste nuclear, o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou aumentar as sanções econômicas e interromper o comércio com qualquer país que esteja fazendo negócios com a Coreia do Norte ? uma ameaça que ele já havia feito antes, mas que não chegou a cumprir. Essa lista incluiria a China, o maior parceiro comercial dos EUA, que representou cerca de um sexto de seu comércio internacional.

A China rebateu a ameaça de Trump e o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Geng Shuang, disse que os comentários não foram "nem objetivos nem justos".

Trump, que durante o fim de semana ameaçou abandonar o acordo comercial entre os EUA e a Coreia do Sul, atacou o governo do presidente Moon Jae-in após o teste nuclear. No Twitter, ele disse que a Coreia do Sul está descobrindo que "falar de apaziguamento com a Coreia do Norte não vai funcionar".

Em resposta, o gabinete de Moon disse que a guerra não deveria se repetir e que a Coreia do Sul e seus aliados "buscarão desnuclearizar a península coreana através da paz". Os dois líderes não falam desde que a Coreia do Norte detonou o que classificou como uma bomba de hidrogênio.

--Com a colaboração de Kanga Kong e Ryan Collins