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Draghi deve reconhecer ganhos do euro na reunião do BCE

Alessandro Speciale, Piotr Skolimowski e Andre Tartar

04/09/2017 15h59

(Bloomberg) -- Mario Draghi não perderá a oportunidade de mencionar a recente apreciação do euro enquanto se prepara para reconfigurar o estímulo da zona do euro, dizem os economistas.

O presidente do Banco Central Europeu expressará sua preocupação com a força da moeda, segundo uma pesquisa da Bloomberg. Embora ele não tenha falado sobre o câmbio no mês passado em Jackson Hole, Wyoming, nos EUA, 67 por cento dos economistas disseram que ele se referirá a isso em uma entrevista coletiva na quinta-feira às 14h30 em Frankfurt.

A alta de 13 por cento registrada pelo euro frente ao dólar neste ano representa um novo desafio para as autoridades na reunião desta semana, pois o banco central tem dificuldades para entender por que uma economia dinâmica não foi capaz de gerar uma inflação suficientemente constante. Os presidentes dos bancos centrais nacionais já estão em desacordo sobre os aumentos da moeda, agora Draghi terá que marcar uma posição.

"Espero que Draghi estabeleça um equilíbrio entre descrever a apreciação como adequada - refletindo menor risco político e uma economia mais forte -- e ao mesmo tempo alertar contra movimentos cambiais muito acentuados", disse Holger Sandte, analista-chefe da Nordea Markets para a Europa em Copenhague.

Alerta

As autoridades monetárias alertaram em julho que o euro poderia se fortalecer demais em relação aos fundamentos econômicos, segundo relatos da reunião. Ao mesmo tempo, o presidente do banco central da Áustria, Ewald Nowotny, disse na sexta-feira que não havia motivo para "interpretar como excessivos ou dramatizar" os aumentos do euro e seu colega da Estônia, Ardo Hanson, também minimizou o movimento dizendo que em grande parte refletia a melhoria da perspectiva econômica da zona do euro.

Pessoas a par das discussões disseram que os próximos passos para as compras de títulos só finalizariam algumas semanas antes da expiração do programa atual, no fim do ano, informou a Bloomberg na sexta-feira. Os economistas da pesquisa da Bloomberg projetam reduções graduais das aquisições no decorrer dos nove meses a partir de janeiro, refletindo o que consideram a maior importância do fluxo de compras mensais em relação à dívida de mais de 2 trilhões de euros (US$ 2,4 trilhões) do BCE.

"Draghi não dirá especificamente que eles vão 'diminuir' as aquisições. Nós acreditamos que o BCE procurará mencionar o assunto de modo a ter certa flexibilidade sobre os montantes das compras", segundo Sebastiaan van Geffen, economista do Rabobank. "Contudo, na prática o mercado continuará interpretando o anúncio como o começo da redução", acrescentou, alertando que as taxas de longo prazo "deveriam ser mais sensíveis a uma redução dos fluxos de aquisições do BCE".