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Trump enfrenta expansão de investigações sobre Rússia

Chris Strohm, Jennifer Jacobs, Billy House e Lauren Etter

05/09/2017 14h29

(Bloomberg) -- O promotor especial Robert Mueller e comitês fundamentais do Congresso dos EUA estão se debruçando sobre alguns dos familiares e associados da campanha do presidente Donald Trump à medida que as investigações sobre a interferência da Rússia na eleição de 2016 entram em uma etapa nova e mais agressiva.

Até mesmo o ex-diretor do FBI James Comey está ciente de que poderia voltar ao Congresso após seu depoimento explosivo neste ano, segundo uma pessoa que sabe como ele pensa. Comey, demitido por Trump em maio, não recebeu uma intimação nem qualquer indício oficial de que será convocado para depor novamente.

Mueller e investigadores do Congresso também estão ansiosos por saber mais da lista, cada vez mais extensa, de ex-funcionários da Casa Branca que saíram recentemente, como o ex-chefe de Gabinete Reince Priebus e o estrategista Stephen Bannon.

Entrevistas com mais de uma dúzia de advogados e funcionários envolvidos em distintos aspectos das investigações sobre a Rússia aludem à intensidade do que vem pela frente em uma investigação que o presidente continua desqualificando como "notícia falsa" e "caça às bruxas".

"Em qualquer investigação criminal, é do interesse do governo magnificar os conflitos entre as distintas pessoas investigadas", disse Renato Mariotti, ex-promotor federal e atual sócio da Thompson Coburn. "Quando os investigados são enfrentados entre si, o governo pode explorar esses conflitos para levar alguns dos indivíduos a cooperar contra outros."

Expansão do inquérito

Grande parte do que Mueller está fazendo continua em segredo, mas surgiram indícios recentes de que a investigação está se expandindo, segundo dois funcionários dos EUA. Isto inclui intimações a um ex-advogado e atual porta-voz de relações públicas de Paul Manafort, cuja casa em Virgínia foi alvo de uma batida do FBI no mês passado.

Manafort, que dirigiu a campanha de Trump durante seis meses no ano passado, surgiu como um personagem central por causa de acordos financeiros passados e por seu trabalho para um partido financiado pela Rússia na Ucrânia. As transações financeiras de Manafort também estão sendo investigadas pelo procurador-geral de Nova York, informou Politico em 30 de agosto, acrescentando que o ex-presidente da campanha não foi acusado de nenhum crime.

Além de Manafort, um dos focos dos investigadores no Congresso é o filho mais velho do presidente.

Donald Trump Jr. chamou a atenção por organizar uma reunião em junho de 2016 com russos que prometiam fornecer materiais que prejudicariam a rival de Trump, Hillary Clinton.

Em junho, o Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados emitiu intimações com pedidos de depoimento e documentos ao advogado pessoal de Trump, Michael Cohen, e a seu ex-assessor de Segurança Nacional, Michael Flynn. Flynn foi demitido por mentir sobre contatos que manteve com o então embaixador da Rússia nos EUA, Sergey Kislyak, antes da posse de Trump.

"Esta não é uma época normal e a coisa vai esquentar" para Trump e seus associados, disse Jeffery Cramer, ex-promotor geral. "O tempo está acabando."

--Com a colaboração de Steven T. Dennis e David Voreacos