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Private equity recruta executivos jovens cada vez mais cedo

Yueqi Yang

08/09/2017 14h14

(Bloomberg) -- Os novatos de Wall Street -- analistas de investment banking recém-formados que acabam de chegar às mesas de operações -- nem bem começam em um emprego e já são chamados para outro.

Os analistas juniores com poucas semanas de trabalho agora podem esperar uma enxurrada de e-mails de headhunters para algumas das empresas de private equity mais renomadas do mundo. Os empregos para os quais eles estão sendo recrutados podem pagar mais de US$ 200.000 por ano e só começarão em 2019. A batalha para contratar os melhores é mais feroz e mais encarniçada do que nunca.

As empresas de aquisição buscam banqueiros juniores mais cedo -- adiantando o ciclo anual de recrutamento, a maior janela de contratação do setor, pelo quinto ano consecutivo após o fracasso de um acordo para não fazê-lo. A mudança ocorre em um momento de recrudescimento da guerra por talentos em private equity, onde as empresas levantam montantes recorde de capital de investidores famintos por rendimentos e competem por talentos com suas rivais e com as companhias de tecnologia do Vale do Silício. Para garantir os melhores candidatos, megafundos como a KKR & Co., a Warburg Pincus e a Carlyle Group completam suas equipes já no primeiro dia de entrevistas.

Os headhunters começam convidando executivos bancários juniores, formados há poucos meses, para cafés e coquetéis. Em dezembro, esses currículos estão empilhados nas mesas de empresas de private equity como Apollo Global Management, Bain Capital, Blackstone Group, TPG e Golden Gate Capital.

No ciclo mais recente, as entrevistas formais começaram em janeiro, disse Julian Johnson, vice-presidente executivo da Sponsors for Educational Opportunity. A SEO ajuda candidatos sub-representados a entrarem no setor.

Este foi o recrutamento iniciado mais cedo até agora -- cerca de duas semanas mais cedo do que o do ano passado e três meses mais cedo do que o de 2013, quando as grandes empresas de private equity pararam de cooperar porque algumas começaram a recrutar mais cedo.

Nervos

"Sempre alguém fica nervoso" e começa a contratar primeiro, disse Josh Grauer, sócio da Dynamics Search Partners. As outras empresas então têm que começar imediatamente, e muitas vezes os diretores administrativos são obrigados a cancelar reuniões de negócios na última hora para entrevistar candidatos.

A maioria dos megafundos preenche todas as vagas em 96 horas, disse Johnson, da SEO.

"Eu sinto pelos candidatos porque o processo é tão frenético que às vezes fica difícil para eles tomarem decisões bem pensadas", disse Susan Levine, diretora de contratação para privaty equity da Bain Capital, na América do Norte. A Bain, com sede em Boston, não faz "ofertas explosivas" que expiram em horas, acrescentou. A empresa preenche cerca de metade da equipe durante o ciclo, deixando a porta aberta para candidatos que estão fora da cidade ou que querem ter mais tempo para avaliar outras opções.