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Riqueza de gestores de family office cresce com a dos clientes

Simone Foxman

12/09/2017 15h57

(Bloomberg) -- À medida que o número de pessoas com fortunas pessoais muito grandes aumenta, a mesma coisa acontece com a remuneração de quem administra esses ativos.

A remuneração dos gestores de family office, firmas que gerenciam a riqueza dos muito ricos, está aumentando, de acordo com um relatório do UBS Group e da empresa de pesquisa Campden Wealth. A remuneração básica média de um CEO subiu quase 10 por cento neste ano em relação a 2016, para US$ 367.000, e os diretores de investimentos receberam aumentos de 8 por cento, para US$ 314.000.

Parece que eles estão ganhando o sustento à medida que os retornos dos investimentos das family office se recuperaram no ano passado. A média de retornos foi de 7 por cento em 2016, em comparação com 0,3 por cento no ano anterior, segundo o relatório publicado na terça-feira. Os ganhos foram os mais fortes entre as empresas norte-americanas, que tinham menos dinheiro investido em imóveis do que seus pares internacionais.

"A recuperação pode ser atribuída em grande parte a dois fatores, um melhor desempenho nos mercados de ações e retornos maiores devido a mudanças na alocação", disse por e-mail Stewart Kesmodel, diretor de family office globais para a América do UBS. Como os investidores estão abandonando a renda fixa e os hedge funds, "esses dólares fluíram para private equity, empresas de operação e ativos produzindo fluxo de caixa, como imóveis", disse ele.

Com os bônus, que podem representar metade do salário total, a remuneração média total do CEO de um family office da América do Norte totalizou US$ 631.000, a mais alta entre as regiões geográficas. Os CEOs de family office europeus ganharam US$ 497.000.

Crescimento

Criados geralmente para administrar a contabilidade e o planejamento tributário de uma família rica, os family office estão ficando maiores e mais complexos. Em alguns casos, eles estão até começando a ficar parecidos com pequenos hedge funds ou bancos de investimento. Eles têm buscado talentos em Wall Street, aproveitando as dificuldades de outros setores do mundo da gestão de investimentos para montar seu staff.

Os retornos aumentaram porque as famílias aceitaram riscos colocando dinheiro em investimentos em papéis públicos e private equity. Investimentos em ações públicas representam 27,1 por cento das alocações das famílias neste ano e investimentos em private equity constituem 20,3 por cento dos portfólios de valores, de acordo com o relatório.

Os family office também continuaram se afastando dos hedge funds, refletindo as preocupações de outros investidores institucionais com as comissões altas e o desempenho ruim. As alocações para hedge funds caíram de 8 por cento em 2016 para uma média de 7,1 por cento em 2017, apesar de uma melhoria no desempenho.

--Com a colaboração de Jan-Henrik Foerster