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Refinaria mexicana levará semanas para operar após terremoto

Carlos Manuel Rodriguez e Adam Williams

13/09/2017 12h24

(Bloomberg) -- A recuperação da maior refinaria do México após um terremoto fatal, que inicialmente se pensava que levaria apenas alguns dias, ainda demorará semanas devido a danos em equipamentos, disse o CEO da Pemex.

"Nossos geradores de energia precisam ser colocados novamente em funcionamento e isso levará duas ou três semanas", disse José Antonio González Anaya, CEO da gigantesca petroleira estatal, em entrevista à Bloomberg Television, em Nova York. "O terremoto gerou alguns impactos -- nada no lado do processo, nada no lado estrutural."

A paralisação da planta de Salina Cruz ocorre em um momento em que as refinarias antigas da Pemex lutam para atender a crescente demanda doméstica por gasolina e diesel, que gera um aumento nas importações. O furacão Harvey, que fechou unidades de processamento de petróleo no Texas, intensificou ainda mais a concorrência do México com os EUA por carregamentos de combustível de outros países.

González Anaya disse também que a Pemex, que enfrenta uma dívida pesada e a crise da indústria do petróleo, completou suas necessidades de financiamento para 2017 e 2018, mas provavelmente recorrerá novamente aos mercados de capitais ainda neste ano "se virmos uma janela" para adiar o vencimento médio de seus títulos.

Após o tremor de magnitude 8,1 de 7 de setembro, os turbogeradores de Salina Cruz sofreram danos internos e o sistema elétrico da planta foi prejudicado, informou a Petróleos Mexicanos, como a empresa é formalmente conhecida, por e-mail. A petroleira havia dito que a retomada levaria dias.

O terremoto matou mais de 90 pessoas, predominantemente no estado de Oaxaca, no sul do México, onde está localizada Salina Cruz.

O estoque de combustível da Pemex foi afetado pelos furacões recentes no Golfo do México, embora a empresa "não tenha tido problemas de abastecimento" e venha "fazendo muito trading ativo" para garantir a oferta de gasolina pelo menos até o fim do mês, disse González Anaya.

O México, que recebe dos EUA o grosso de suas importações de combustíveis, está ampliando as compras da Europa e da Ásia pelo fato de as refinarias do Golfo ainda estarem se recuperando do furacão Harvey. Pelo menos 17 navios petroleiros da Europa, da Ásia e do Caribe com destino ao México têm carga programada até o início de outubro, segundo dados de navegação compilados pela Bloomberg.

A Pemex espera atingir sua meta anual para a produção de petróleo, de 1,944 milhão de barris por dia neste ano, disse González Anaya. Em 9 de setembro, o Ministério das Finanças anunciou, na proposta de orçamento do país para 2018, que a produção de petróleo deverá aumentar para 1,983 milhão de barris por ano no ano que vem.

--Com a colaboração de Amy Stillman Lucia Kassai e Ed Ludlow