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Erva nociva leva EUA a rejeitarem remessas de cacau do Equador

Isis Almeida

14/09/2017 15h35

(Bloomberg) -- Uma erva daninha nociva levou as autoridades dos EUA a rejeitarem cacau do Equador.

Um número cada vez maior de carregamentos de cacau do Equador tem sido devolvido devido à presença de sementes de capim-camalote, segundo o Serviço de Inspeção de Saúde Animal e Vegetal do Departamento de Agricultura dos EUA. As interceptações deste ano foram as primeiras registradas desde 2013.

O capim-camalote, geralmente encontrado nos trópicos e nos subtrópicos, é proibido nos EUA porque compete por nutrientes do solo, água e luz com culturas como o milho e o algodão. A praga tem um histórico de contaminação de carregamentos de commodities de diversas origens, incluindo as Américas Central e do Sul.

"Estamos interceptando sementes de capim-camalote com maior frequência em carregamentos de cacau do Equador neste ano", disse William Wepsala, porta-voz do departamento, por e-mail. "Os importadores têm as opções de reexportar a carga de volta ao país de origem ou destruí-la."

A rejeição dos carregamentos de cacau que chegam aos portos dos EUA poderia reduzir o desconto na negociação de futuros do cacau para dezembro na bolsa ICE Futures U.S. em relação ao contrato de março. Os estoques caíram 17 por cento desde que atingiram um recorde em maio, mostraram dados da bolsa. Wepsala preferiu não comentar sobre a quantidade de cacau devolvida.

O Equador é o maior produtor de cacau da América Latina depois que ultrapassou o Brasil, há alguns anos, segundo dados da Organização Internacional do Cacau. O problema com o capim-camalote não é específico do Equador e a associação do setor do país afirmou que espera a coleta de mais informações sobre o caso.

"Essa questão não é um problema da indústria equatoriana e sim de alguns lotes que foram enviados aos EUA", disse Juan Pablo Zuñiga, presidente da Associação Nacional de Exportadores de Cacau do Equador, em entrevista por telefone, de Guayaquil.

--Com a colaboração de Marvin G. Perez