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Para o maior fundo europeu de junk bonds, é hora de sentir medo

Jonas Cho Walsgard

20/09/2017 12h04

(Bloomberg) -- O maior fundo europeu de títulos de alto rendimento está reduzindo o risco diante da perspectiva de alta dos juros.

"É este o momento de sentir medo e não ganância", disse Sandro Naef, presidente da Capital Four, em entrevista realizada em Copenhagen, onde fica a sede da instituição. "É melhor ter boa proteção contra quedas."

Os títulos de alto rendimento (junk bonds) de emissores europeus apresentaram forte valorização em meio ao movimento de busca por retorno, quando os bancos centrais diminuíram as taxas de juros para os menores níveis históricos a fim de estimular suas economias. O Bloomberg Barclays Pan-European High Yield Index avançou 44 por cento nos últimos cinco anos.

A Capital Four administra o Nordea 1 European High Yield Bond Fund, com 4,4 bilhões de euros (US$ 5 bilhões) em ativos e o maior da categoria, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Com o cenário de alta da taxa básica de juros nos EUA, o fundo está reduzindo sua exposição a uma eventual queda nos preços dos títulos por meio de investimentos em empresas não cíclicas, como Royal Bank of Scotland Group, Ardagh Packaging Finance, Matterhorn Telecom e WEPA Hygienprodukte. O fundo tem alocação mais concentrada nos títulos seniores e com garantias.

"A recuperação com eles é maior", explicou Naef. "Se as coisas derem errado, há mais proteção."

Usando dados até julho, o fundo gerou retorno médio anual de 6,1 por cento nos últimos três anos, enquanto a referência proporcionou 5,3 por cento. A firma está protegendo esses ganhos ao manter a duração dos papéis "relativamente curta", com vencimento médio em 7,8 anos.

Isso minimizará o potencial de problemas no próximo período de perdas no mercado, de acordo com Naef.

"Estamos muito críticos em relação a compromissos de longo prazo", ele disse. "Um compromisso de 10 anos é muito longo. É preciso que te paguem muito para assumir um compromisso tão duradouro. No final do ciclo, é melhor ter compromissos de curto prazo."